Leia em infográficos a atuação dos 6 núcleos de crimes bolsonaristas


Segundo a PF, os grupos agiam para desacreditar o processo eleitoral e planejar um golpe de Estado

A PF (Polícia Federal) entendeu que os indiciados pela tentativa de golpe de Estado se organizavam em 6 núcleos para colocar em prática ações que queriam desacreditar o processo eleitoral 2022 e desestabilizar a democracia.

Segundo relatório divulgado nesta 3ª feira (26.nov.2024), a dinâmica dos núcleos se assemelha ao de uma “milícia digital”, como o do procedimento “já adotado pelo autointitulado gabinete do ódio”. O objetivo era planejar a execução do golpe de Estado e abolir o Estado democrático de Direito no país. Eis a íntegra do documento (PDF – 167 kB).

A investigação desta 3ª feira (26.nov) aborda os fatos relacionados ao 3º eixo –o da tentativa de golpe de Estado. Apesar de a PF ter indiciado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mesmo inquérito que contém as investigações sobre o golpe de Estado e dizer que ele “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios”, o ex-presidente não é citado como integrante de nenhum dos núcleos de atuação para consumar o plano.

Entenda nos infográficos abaixo como atuava a organização criminosa:

O 5º eixo de atuação, segundo a corporação, consistia em:

  • uso de cartões corporativos em despesas pessoais;
  • falsificação dos cartões de vacinação contra covid-19; e
  • desvio ilegal das joias da Arábia Saudita.

Saiba como os articuladores se organizavam:

ENTENDA

  • o que aconteceu: o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado no final de 2022. Também enviou o inquérito à PGR;
  • o que é investigado: um grupo aliado a Jair Bolsonaro (PL) que teria tentado impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano seria, segundo a PF, matar Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes. A operação teria a participação de militares e usaria armas de guerra e veneno;
  • quais são as dúvidas: quantas pessoas estiveram envolvidas diretamente se o plano foi efetivamente colocado em curso. Leia aqui o que se sabe e quais são as dúvidas sobre o inquérito;
  • quem estava envolvido: a investigação, concluída pela corporação na 5ª feira (21.nov), levou ao indiciamento de 37 pessoas. Entre elas, estão: 
    • Bolsonaro; 
    • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro; 
    • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); 
    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
    • Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
  • quais os próximos passos: a manifestação sobre uma possível denúncia da PGR deve ficar para 2025, depois do recesso do Judiciário, que termina em 6 de janeiro.

RELATÓRIO DA PF

A Polícia Federal concluiu que núcleos foram agrupados para disseminar a narrativa de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da sua realização. A finalidade seria legitimar uma intervenção das Forças Armadas.

Seriam 5 eixos de atuação: 

  1. ataques virtuais a opositores; 
  2. ataques às instituições (STF e TSE), urnas eletrônicas e à higidez do processo eleitoral;
  3. tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de direito; 
  4. ataques às vacinas contra a covid e a medidas sanitárias na pandemia; e
  5. uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens. 

O QUE DIZ BOLSONARO 

O ex-presidente negou ter conhecimento do esquema para matar Lula ou da tentativa de golpe. Disse que sempre agiu “dentro das 4 linhas de Constituição” e que, nelas, “não há pena de morte”, em referência ao assassinato do petista. 

“Vai dar golpe com um general da reserva e 4 oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre em cabeça de cavalo”, disse em live transmitida pela página do Instagram do ex-ministro do Turismo Gilson Machado no sábado (23.nov).





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