Ações dos EUA, venda bloqueada da U.S Steel e a saída de dólares do Brasil estão entre os temas
Os futuros do índice de ações dos EUA apontaram para cima nesta 6ª feira (3.jan.2025), sugerindo uma recuperação de um início negativo do ano comercial em Wall Street, marcado por uma queda nas ações do grupo de veículos elétricos Tesla.
Os investidores estão aguardando a divulgação dos dados de atividade das fábricas nos EUA, que podem fornecer uma visão do estado do setor manufatureiro chave para a próxima administração do presidente Donald Trump. Em outro lugar, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, deverá bloquear a venda da U.S. Steel (NYSE:X) para a japonesa Nippon Steel (TYO:5401), informou o Washington Post. No Brasil, destaque para a saída recorde de dólares.
1. Ações dos EUA
Os futuros de ações dos EUA subiram nesta 6ª feira (3.jan), com os investidores avaliando um início de negociação pessimista em 2025 na sessão anterior.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia subido 0,16%, o S&P 500 futuros havia ganhado 0,24%, e o Nasdaq 100 futuros havia subido 0,33%.
Os principais índices de Wall Street caíram para dar início às negociações do novo ano na 5ª feira (2.jan). O índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average caiu 152 pontos, ou 0,4%, enquanto o índice de referência S&P 500 caiu 13 pontos, ou 0,2%, e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto caiu 30 pontos, ou 0,2%.
Pesaram sobre o sentimento as ações da Tesla (NASDAQ:TSLA), que caíram mais de 6% depois que a gigante da fabricação de carros elétricos relatou seu 1º declínio anual nas vendas, apesar de uma série de cortes de preços e ações promocionais destinadas a aumentar a demanda.
Enquanto isso, os pedidos iniciais e contínuos de auxílio-desemprego nos EUA caíram na semana passada, segundo dados do Departamento do Trabalho. O relatório aumentou algumas apostas de que o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) optará por deixar as taxas de juros inalteradas em sua próxima reunião de política monetária neste mês.
Em um dia relativamente calmo para dados econômicos, os investidores terão a chance de analisar os números da atividade fabril dos EUA para dezembro.
O Índice dos gerentes de compras do Institute for Supply Management para o setor de manufatura é visto esfriando ligeiramente para 48,2 no mês passado, abaixo da alta de 5 meses de 48,4 em novembro. Uma leitura abaixo de 50 normalmente denota contração no setor, que representa mais de 10% da economia dos EUA.
Esse foi o 8º mês consecutivo em que a medida ficou abaixo do limite de 50 pontos, embora o número tenha permanecido acima do nível de 42,5 que, segundo o ISM, indica uma expansão econômica mais ampla.
Os mercados provavelmente estarão atentos para ver se os dados mostram tanto o crescimento dos pedidos quanto a redução das restrições de custo de insumos rumo à administração Trump, potencialmente mais pró-negócios. O mais importante é que o subíndice prospectivo de novos pedidos subiu para 50,5 em novembro, entrando em território expansionista pela 1ª vez desde março, enquanto a leitura dos preços pagos pelos fabricantes diminuiu.
2. Venda da U.S. Steel
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu bloquear a venda da U.S. Steel para a japonesa Nippon Steel, informou o Washington Post na noite de 5ª feira (2.jan), depois de 1 ano de discussões políticas e debates sobre a aquisição.
A CBS News havia noticiado anteriormente que Biden estava pronto para tomar uma decisão sobre o acordo já nesta 6ª feira (3.jan), depois que o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos encaminhou a decisão final sobre o acordo para a Casa Branca em dezembro.
Biden se opôs amplamente ao acordo, assim como vários legisladores, com o argumento de que ele poderia comprometer o fornecimento de aço dos EUA. O United Steelworkers Union também se opôs à medida, dizendo que ela poderia reduzir a capacidade de produção de aço dos EUA e provocar demissões.
3. Bitcoin
O Bitcoin subiu nesta 6ª feira (3.jan), estendendo a recuperação de uma derrota de preços observada durante o feriado de ano novo, já que os investidores buscaram mais clareza sobre as perspectivas regulatórias dos EUA sob o novo presidente Donald Trump.
A stablecoin Tether foi um dos principais pontos de foco esta semana, pois registrou seu pior declínio na capitalização de mercado desde a quebra da FTX em 2022, depois que a lei dos Mercados de Ativos Criptográficos da União Europeia entrou em vigor no final de dezembro. Várias bolsas europeias, bem como a Coinbase Global (NASDAQ:COIN), retiraram o stablecoin de suas plataformas devido a preocupações com a conformidade.
Os mercados de criptomoedas mais amplos foram atingidos por uma onda de vendas na última semana de 2024, quando os investidores obtiveram uma sequência estelar de lucros ao longo do ano. Mas alguma cautela também se infiltrou nos mercados, especialmente com a noção de que as taxas de juros dos EUA cairão em um ritmo mais lento em 2025.
Ainda assim, a perspectiva de regulamentações mais amigáveis sob Trump manteve os mercados de criptografia relativamente otimistas, com o Bitcoin também se recuperando de suas baixas de fim de ano.
4. Petróleo
Os preços do petróleo se estabilizaram nesta 6ª feira (3.jan), consolidando os ganhos da sessão anterior em meio a esperanças de apoio político para reavivar o crescimento econômico na China, o maior importador de petróleo do mundo.
Às 07h59, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíram 0,48%, para US$72,78 por barril, enquanto o contrato brent recuou 0,45%, para US$75,59 por barril.
Ambos os contratos fecharam em seu nível mais alto em mais de 2 meses na 5ª feira (2.jan), e estão a caminho de seu 2º aumento semanal depois que os investidores voltaram dos feriados, melhorando a liquidez do comércio.
O presidente da China, Xi Jinping, prometeu políticas mais proativas para impulsionar o crescimento no início desta semana, enquanto o Financial Times informou nesta 6ª feira (3.jan) que o banco central chinês está planejando cortar as taxas de juros do atual nível de 1,5% “em um momento apropriado” este ano.
5. Saída dólares no Brasil
O fluxo cambial brasileiro no mês de dezembro foi negativo em US$ 24,314 bilhões, de acordo com dados do BC (Banco Central). Essa é a maior saída de dólares desde o início da série histórica, que começou em 2008. Considerando o ano de 2024, a saída totalizou US$ 15,918 bilhões, 3ª maior já registrada.
O BC tem agido para mitigar os efeitos da alta do dólar por meio de leilões, mas a moeda americana segue apreciada em relação ao real. Além da força do dólar frente a países emergentes, a cautela em relação ao cenário fiscal tem afugentado investidores.
“Com a nova situação fiscal em 2026, junto com um cenário de economia americana mais robusta, com juros maiores por mais tempo por lá, o patamar de equilíbrio do câmbio está por volta de R$6. A gente acha difícil o câmbio abaixar disso, considerando esses riscos no cenário”, apontou a economista-chefe do Inter Rafaela Vitória em entrevista à Investing.
Com informações da Investing Brasil