Ações dos EUA, novo chip da Nvidia com IA e a balança comercial brasileira estão entre os temas
Os futuros de ações dos EUA subiam ligeiramente nesta 3ª feira (7.jan.2025), depois de um salto no S&P 500 e no Nasdaq Composto no início da semana de negociações. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, negou notícias de que sua equipe esteja explorando a possibilidade de reduzir os planos de novas tarifas abrangentes.
No cenário corporativo, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, revela uma nova linha de chips de jogos aprimorados por IA (Inteligência Artificial) da gigante dos semicondutores. No Brasil, a balança comercial fecha ano em queda, mas atinge 2º maior superavit da série histórica.
1. Ações dos EUA
O índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average caiu para iniciar a semana de negociações, embora o índice de referência S&P 500 e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto tenham avançado. As ações subiram na 6ª feira (3.jan), recuperando-se de um final de ano um tanto pessimista e do início do novo ano, que foi alimentado por preocupações com avaliações espumosas, rendimentos elevados do Tesouro dos EUA e pouca liquidez.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato S&P 500 futures subia 0,05%, o Nasdaq 100 futures registrava alta de 0,1%, e o Dow futures havia ganhado 0,09%.
Na 2ª feira (6.jan), a gigante da tecnologia Microsoft (NASDAQ:MSFT) anunciou que pretende investir US$ 80 bilhões em centros de dados habilitados para IA, impulsionando os fabricantes de chips. Enquanto isso, a Foxconn, a maior fabricante de produtos eletrônicos contratados do mundo, divulgou uma receita para o 4º trimestre que superou as estimativas.
As ações de grandes nomes do setor de semicondutores, como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD), subiram mais de 3%, e a concorrente Micron Technology (NASDAQ:MU) subiu mais de 10%. O índice Philadelphia Semiconductor de todo o setor aumentou 2,84%.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou uma reportagem do jornal Washington Post que afirmava que sua equipe está estudando planos para reduzir o escopo de suas propostas tarifárias abrangentes.
Citando fontes não identificadas familiarizadas com o assunto, o jornal havia relatado anteriormente que os assessores do novo líder dos EUA estavam explorando uma abordagem potencialmente mais restrita para os impostos. As tarifas seriam aplicadas a todos os países, embora se concentrassem em setores críticos específicos, disse o relatório do jornal, marcando uma suavização da abordagem mais rigorosa que Trump havia apoiado durante a campanha presidencial de 2024.
O relatório elevou ainda mais as ações em Wall Street, especialmente as de montadoras como a Ford (NYSE:F) e a General Motors (NYSE:GM).
No entanto, Trump posteriormente usou sua plataforma Truth Social para negar a reportagem, dizendo que ela “afirma incorretamente que minha política tarifária será reduzida”.
2. Novo chip da Nvidia
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, revelou a mais recente linha de unidades de processamento gráfico RTX da empresa e reiterou que seus servidores de IA Blackwell estavam agora em plena produção.
Em discurso na conferência anual de tecnologia CES, em Las Vegas, Huang disse que os novos chips para jogos – batizados de série RTX 50 – terão pelo menos o dobro do desempenho de seus antecessores, a série 40, e usarão IA para melhorar suas capacidades de processamento gráfico.
O diretor da 2ª empresa mais valiosa do mundo também anunciou o que chamou de modelos de fundação Cosmos, que geram vídeos hiper-realistas para ajudar a treinar robôs e carros autônomos a um custo mais barato em comparação com o uso de dados convencionais.
Huang também observou que a próxima geração de chips Blackwell AI da Nvidia estava em plena produção, ecoando os comentários feitos aos investidores no final do ano passado. Espera-se que a linha Blackwell ressalte a mais nova onda de crescimento dos lucros da Nvidia, à medida que as principais empresas de tecnologia aumentam os gastos de capital em infraestrutura de data center para impulsionar seu desenvolvimento de IA.
3. Setor de serviços dos EUA
A atividade no setor de serviços dos EUA deve ter acelerado o ritmo em dezembro, depois de ter desacelerado no mês anterior.
Os economistas preveem que o índice índice de gerentes de compras não manufatureiros do ISM (Institute for Supply Management, Instituto para gestão de oferta, em tradução livre) subiu para 53,5 em dezembro, ante 52,1 em novembro.
Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor de serviços, que responde por mais de 2/3 da maior economia do mundo. O ISM afirmou que qualquer nível acima de 49 geralmente indica crescimento na economia em geral.
O número também servirá como uma medida do estado da economia no final do 4º trimestre e quando o novo governo Trump chegar ao poder no final deste mês. Em novembro, a pesquisa do ISM mostrou que muitas empresas estavam preocupadas com o fato de que os planos de Trump para tarifas de importação abrangentes poderiam levar a preços mais altos.
Em outra parte, nesta 3ª feira (7.jan), a pesquisa sobre abertura de vagas e rotatividade de mão de obra de novembro deverá ser divulgada. Os dados, um indicador da demanda de mão de obra, devem funcionar como um precursor do importantíssimo relatório de emprego dos EUA na 6ª feira (10.jan).
4. Petróleo
Os preços do petróleo subiram nesta 3ª feira (7.jan), depois de devolver os ganhos gerados na semana passada com o otimismo de mais apoio político para reavivar o crescimento econômico na China, o maior importador de petróleo do mundo.
Às 7h58 os futuros do petróleo dos EUA (WTI) subiam 0,38% para US$73,84 por barril, enquanto o contrato Brent ganhava 0,50% para US$76,68 por barril.
Ambos os índices de referência caíram na 2ª feira (6.jan), depois de subirem por 5 dias consecutivos na semana passada. Na 6ª feira (3.jan), eles atingiram seus níveis mais altos desde outubro.
No entanto, é provável que as perdas sejam limitadas, dadas as preocupações contínuas com o aumento da oferta russa e iraniana.
5. Balança comercial brasileira
A balança comercial brasileira fechou o ano de 2024 com um superavit de US$74,552 bilhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Apesar da queda de 24,6% em relação ao ano de 2023, que havia registrado recorde, esse é o 2º melhor saldo da série histórica.
No total, foram US$337,036 bilhões em exportações, queda de 0,8% em relação ao ano anterior, e US$262,484 bilhões em importações, que registraram acréscimo de 9,0%.
As exportações ganharam em volume, mas um real mais desvalorizado afetou o preço dos produtos embarcados ao mercado externo. Enquanto isso, as importações foram impulsionadas pelas aquisições de bens de capital, sendo o maior volume já adquirido. Olhando para frente, o Ministério projeta que em 2025 o superavit fique entre US$60 bilhões e US$80 bilhões. Entre as dúvidas para o próximo ano, além do câmbio, estão possíveis tarifas comerciais americanas.
Com informações da Investing Brasil