Justiça proíbe streamings de tocar música de Adele


A música “Million Years Ago”, da cantora britânica, foi considerada plágio de “Mulheres”, de Toninho Geraes

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a musica “Million Years Ago”, da cantora britânica Adele, tivesse a reprodução em plataformas de streaming suspensa. A canção foi considerada um plágio de “Mulheres”, de Toninho Geraes. A decisão se deu com base em análises técnicas de ondas sonoras, sobreposição melódica e pareceres de especialistas. O juiz também escutou as duas músicas para corroborar semelhanças signicativas.

A música brasileira chegou a ser regravada por diversos artistas, mas obteve sucesso na voz de Martinho da Vila na década de 1990. Adele gravou “Million Years Ago” em 2015. O juiz da 6ª Vara Empresarial da Capital, Victor Agustin Jaccoud Diz Torres, determinou que a música de Adele fosse removida das plataformas de streaming e de compartilhamento, como YouTube, Spotify e Deezer. O valor da multa diária, caso a decisão não seja cumprida, é de R$ 50.000. As informações são dão G1.

O advogado do caso chegou a notificar, em 2021, as gravadoras, Adele e um compositor que trabalha com a britânica. Segundo ele, não houve resposta. Ele, então, começou a reunir provas para enviar à Justiça.

Toninho Guedes solicitou uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais, assim como o pagamento de todos os valores de direitos autorais desde o lançamento da música, corrigidos monetariamente e com juros, além do pagamento de perdas e danos.

O juiz deferiu a liminar solicitada por Toninho contra Adele Laurie Blue Adkins, a Universal Music Publishing MGB Brasil Ltds., a Sony Music Entertainment Brasil Ltda., a Beggars Group e contra Gregory Allen Kurstin. Foi reconhecida, na decisão, a similaridade entre as melodias e o juiz determinou que a música de Adele fosse suspensa imediatamente.

O juiz determinou o envio de cartas rogatórias para os réus estrangeiros, assim como a citação deles para apresentação de defesa. Existe a possibilidade, ainda, de uma mediação entre as partes caso haja interesse em um acordo. “Começo a sentir o gosto de Justiça. Porque fica parecendo que o nosso país, nossos músicos, nossas obras estão a mercê de qualquer um pra chegar e fazer bagunça, fazer o que quiser, usar a abusar”, disse Toninho ao “Jornal Nacional”.





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