Apesar do cenário de alta, 52,6% dos bancos acreditam que o Banco Central começará a cortar os juros ainda em 2025.
No campo da inflação, a maioria dos entrevistados (57,9%) prevê que o IPCA, principal indicador de preços ao consumidor, ultrapasse 4,5% em 2025, acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Entre os fatores apontados para o descontrole inflacionário estão a atividade econômica aquecida, o mercado de trabalho apertado e a desvalorização do real frente ao dólar.
As expectativas para o câmbio também subiram. As instituições projetam que o dólar ficará próximo a R$ 6 no curto prazo, com uma leve queda para R$ 5,90 até julho de 2025.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), metade dos bancos espera um crescimento de 2%, enquanto que 27,8% preveem um desempenho inferior. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por sua vez, projeta um crescimento de 2,4% para 2025.
No setor de crédito, a previsão é de expansão de 9% na carteira bancária em 2025, com recursos livres crescendo 8,3% e os direcionados, 9,7%. Apesar disso, a taxa de inadimplência da carteira livre deve subir para 4,7% em 2025, ante os 4,5% previstos para 2024.
Rubens Sardenberg, diretor da Febraban, alerta para o impacto desse cenário afirmando que “precisamos analisar com atenção a performance das famílias e das micro, pequenas e médias empresas diante do novo ciclo de alta dos juros”. Na área fiscal, 66,7% dos entrevistados estimam que o pacote de medidas aprovado no Congresso resultará em uma economia entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões nos próximos dois anos.
O governo, porém, prevê uma economia maior, de R$ 69,8 bilhões. Parte da diferença pode ser atribuída à desidratação de medidas no Congresso, ocorrida após o início da pesquisa.