O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu conceder mais de R$ 10 mil de auxílio-alimentação para mais de 5 mil servidores e magistrados do Judiciário, ultrapassando R$ 50 milhões de aumento na folha de pagamento de dezembro. A decisão foi assinada pela presidente do Conselho da Magistratura, Clarice Claudino da Silva, e publicada nesta quarta-feira (18).
Pelas redes sociais, o deputado estadual Felipe Camozzato, do Rio Grande do Sul, apelidou o bônus de “auxílio-ceia de 10 mil” e questionou a dificuldade que tem enfrentado para questionar o uso de verbas públicas. “Se você falar contra privilégios e estabilidade, você é extrema-direita”, escreveu.
Segundo a decisão da presidente, o pagamento de R$ 10.055,00 é “excepcional e exclusivamente” para o mês de dezembro de 2024 e será oferecido a todos os trabalhadores ativos na Justiça. A partir de janeiro, no entanto, o valor mensal do auxílio-alimentação cairá para R$ 2.055.
De acordo com a o jornal local VGN, do Mato Grosso, a decisão teria sido tomada após reunião com servidores na quarta-feira (18) e seu objetivo seria evitar uma “revolta generalizada”. Segundo fontes do VGN, os colaboradores teriam reclamado de benefícios concedidos a alguns servidores e magistrados, “como pagamento de diárias para o exterior e folhas complementares ‘recheadas’”, apontou o jornal.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o TJMT para questionar as informações e aguarda retorno. Por telefone, um colaborador que preferiu não ser identificado informou que o bônus teria entrado como auxílio-alimentação, mas, na verdade, seria resultado das “metas de produtividade atingidas”.
Segundo o servidor, o auxílio em 2023 foi de R$ 6,9 mil, e o valor mensal de auxílio-alimentação até novembro deste ano era de R$ 1.900. A quantidade total de beneficiados é de cerca de 5 mil servidores e 322 magistrados, sendo 39 desembargadores.