Uma adolescente de 15 anos, violentamente agredida em São Tomé e Príncipe, está internada no Hospital Pediátrico de Coimbra, a receber tratamento. O autodenominado médico que a acompanhava, foi identificado pela PSP, após alerta dos profissionais de saúde, confirmou o Notícias ao Minuto após notícia avançada pelo Diário As Beiras.
Poderá ser em Portugal uma situação pouco conhecida, mas o caso de Elisabete Bom Jesus fez notícia lá fora nos últimos meses, tendo sido avançada na quinta-feira por aquele jornal local.
A jovem de 15 anos foi agredida e violada na sua própria residência em junho, em São Tomé e Príncipe, e deixada em estado vegetativo.
Tudo aconteceu quando a mãe da jovem saiu de casa para trabalhar. Quando voltou, três horas depois, encontrou a filha com fita adesiva a tapar-lhe as vias respiratórios, algo que fez com que o cérebro não recebesse oxigénio. Elisabete ficou em estado vegetativo.
Segundo o órgão, após uma campanha de angariação de fundos, Elisabete conseguiu chegar a Portugal, para onde veio acompanhada pela mãe e por um alegado médico. Wilson Ferreira terá fingido tratar-se de um médico para conseguir que Elisabete recebesse a assistência que precisava.
Um falso médico que veste capa de herói?
Segundo escreve Wilson nas redes sociais, não conseguiu ficar parado depois de ter tomado conhecimento do caso da jovem são-tomense.
Após dificuldades em arranjar vagas em vários voos, devido às épocas festivas, Wilson conseguiu que a menina chegasse a Lisboa na madrugada de segunda-feira, onde a recebeu e a acompanhou até à chegada a Coimbra.
Ao chegar ali, alegou ser médico interno da especialidade de Cirurgia Cardiotorácica, relata o Diário As Beiras, que, citando fonte da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, adiantou que o homem “não possui qualquer licenciatura em medicina reconhecida em Portugal, nem é médico interno” da especialidade.
“Quando escolhi evacuar a Princesa já sabia que a evacuação era ilegal. Decidi fazê-la para que a nossa princesa tivesse um tratamento mais especializado. Ela merece, depois de ser barbaramente violentada”, admite Wilson.
A PSP de Coimbra confirmou ao Notícias ao Minuto que procedeu à “identificação do indivíduo após ter recebido o alerta da Unidade de Saúde Local (ULS) de Coimbra”. “O processo foi comunicado ao Ministério Público e encontra-se em investigação”, acrescentou a autoridade, sem adiantar mais detalhes.
Wilson confirma a sua detenção revelando que foi feito um auto de notícia, mas revela que foi “muito bem tratado pela PSP” tendo até sido elogiado pelos agentes, pelo seu ato de coragem.
Já quanto a Elisabete, apesar da sua evacuação ter sido ilegal, sabe-se que ficou internada na companhia da mãe e estará a receber os tratamentos necessários.
A sua situação foi reportada à Direção dos Serviços de Coordenação das Relações Internacionais, da Secretária-geral do Ministério da Saúde, bem como a Direção-Geral da Saúde.
Leia Também: Unidade Local de Saúde de Coimbra recebe 209 novos médicos internos