Depois de invadirem na sexta-feira o Hospital Kamal Adwan, um dos poucos hospitais parcialmente operacionais que restam no norte da Faixa de Gaza, e de incendiarem grande parte das suas instalações, as tropas israelitas detiveram quase todos os doentes, acompanhantes, deslocados e pessoal médico. Obrigaram-nos a caminhar até ao pátio de uma escola próxima, revistaram-nos e interrogaram-nos.
A maioria foi libertado, incluindo pessoal médico, mas desconhece-se o paradeiro do médico Husam Abu Safiya, que está há mais de dois meses na linha da frente a dirigir o hospital no meio de fortes ataques israelitas e a denunciar a violação do direito internacional na sequência dos ataques contra o sistema de saúde.
O exército israelita justificou o ataque ao Hospital Kamal Adwan com o facto de as tropas do Hamas estarem a utilizar as instalações da unidade hospitalar como esconderijo e para planear novos ataques contra Israel.
No âmbito da ofensiva de “terra queimada” que Israel leva a cabo em todo o norte da Faixa de Gaza, foi lançada na sexta-feira à noite uma operação na cidade de Beit Hanoun, onde fontes médicas palestinianas já reportaram seis mortos.
“Depois de ter recebido informação sobre a presença de infraestruturas e agentes terroristas na zona, e como parte do esforço para manter a segurança dos residentes das comunidades do sul de Israel, a Brigada Nahal começou a operar contra alvos terroristas na zona de Beit Hanoun”, confirmou hoje o exército israelita, indicando que designou rotas seguras para que os civis abandonem as zonas de combate.
Durante a madrugada, Israel também bombardeou uma casa no campo de refugiados de Al Maghazi, no centro do enclave, matando pelo menos nove pessoas, todas membros da mesma família.
Nos 14 meses de guerra, mais de 45.400 palestinianos morreram na Faixa de Gaza e mais de 108.000 ficaram feridos, havendo ainda 11.000 desaparecidos, segundo o Ministério da Saúde.
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