Israel bombardeia aeroporto da Síria que recebia ajuda a vítimas de terremoto


Um ataque aéreo de Israel causou danos ao aeroporto de Aleppo, no norte da Síria, e o levou a paralisar suas atividades

São Paulo, SP

Um ataque aéreo de Israel causou danos ao aeroporto de Aleppo, no norte da Síria, e o levou a paralisar suas atividades na manhã desta quarta-feira (22).

O local é um dos principais pontos de recebimento de ajuda humanitária para os afetados pelo terremoto que devastou o norte do país e o sudeste da Turquia no mês passado -segundo o Ministério dos Transportes da Síria, ao menos 80 aeronaves aterrissaram ali com esse propósito desde o sismo.
Militares israelenses dizem que o drone caiu durante atividade de rotina, e que o incidente está sob investigação.

Fontes de inteligência locais afirmam que a ofensiva tinha como alvo um depósito de armas pertencente a milícias pró-Irã em uma base aérea militar próxima dali. No último mês, o lugar foi usado com frequência para receber armamentos iranianos, aproveitando o tráfego constante dos aviões de carga que trazem auxílios às vítimas do sismo.

O Ministério de Defesa da Síria afirmou que os mísseis israelenses foram lançados a partir do mar Mediterrâneo, a oeste da cidade costeira de Latakia, onde está o principal porto sírio. Ocorreu às 3h55 do horário local, 21h55 de terça-feira (21) em Brasília.

A pasta acrescentou que, devido aos danos na pista e a algumas instalações, o aeroporto interromperia todo o funcionamento até ser devidamente reparado. Todos os voos programados foram transferidos para os aeroportos de Damasco e de Latakia.

Este é o segundo ataque israelense ao aeroporto de Aleppo em menos de um mês -em 7 de março, um bombardeio provocou três mortes e também interrompeu seus serviços, segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A ação é uma de centenas feitas por Israel contra alvos pró-Irã na Síria nos últimos anos.


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Teerã é um dos poucos aliados da ditadura de Bashar al-Assad, e suas tropas atuam junto às de Damasco desde 2011, quando começou a guerra civil no país. Milícias apoiadas pelo regime do aiatolá Ali Khamenei têm influência especial sobre Aleppo e ajudaram as forças de Assad a retomar o controle da cidade em dezembro de 2016, ao lado do Exército russo.

A Síria nega as alegações de que o Irã tem uma grande presença militar no país. Já Israel, que raramente assume a autoria de suas ações militares no país vizinho, afirma que deseja impedir o estabelecimento de forças pró-iranianas na Síria.

Uma dessas forças é o grupo muçulmano xiita Hizbullah, poderoso movimento armado apoiado pelos iranianos. Eles, junto a outras partes aliadas do Irã, hoje controlam vastas áreas no leste, sul e nordeste da Síria, além de vários subúrbios ao redor da capital.


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