Justiça americana reavalia condenação perpétua de Erik e Lyle pelo assassinato dos pais em 1989 após surgimento de novas evidências
Os irmãos Erik e Lyle Menendez, que assassinaram seus pais em 1989 e estão presos desde então, podem ser libertados após audiência marcada para esta 2ª feira (25.nov.2024) no Tribunal Superior de Los Angeles. O caso ganhou nova perspectiva depois que um documentário revelou, em 2023, o depoimento de outra suposta vítima de abuso pelo pai dos acusados, Jose Menendez. Com base na evidência e no bom comportamento dos irmãos na prisão, o promotor de Los Angeles recomendou uma nova sentença que pode substituir a condenação à prisão perpétua.
Esta será a 1ª aparição pública dos irmãos desde 1996, quando foram condenados em um 2º julgamento pelo assassinato de Jose e Kitty Menendez. Erik e Lyle, hoje com 53 e 56 anos, respectivamente, estão detidos em prisões separadas na Califórnia e podem participar da audiência de forma presencial ou virtual.
O Tribunal Superior limitou o acesso à audiência, disponibilizando apenas 16 lugares para o público, que serão distribuídos por sorteio horas antes do início da sessão. A corte também proibiu câmeras e determinou que celulares sejam guardados em sacos lacrados durante o procedimento.
Durante os julgamentos na década de 1990, os irmãos admitiram ter matado os pais, mas alegaram legítima defesa após anos de abuso sexual e psicológico. A promotoria, na época, argumentou que os assassinatos foram premeditados e motivados pela herança da família Menendez, estimada em milhões de dólares.
A possibilidade de revisão da sentença surgiu após a defesa apresentar um pedido de habeas corpus com novas evidências, incluindo o depoimento revelado no documentário e uma carta escrita por Erik antes dos assassinatos, detalhando os supostos abusos.
George Gascón, que era promotor público de Los Angeles até outubro, defendeu a redução da pena. “Acredito que eles já cumpriram tempo suficiente. Seu comportamento na prisão tem sido exemplar, e ambos contribuíram significativamente para melhorar a vida de outros detentos”, afirmou à CNN.
Durante os 30 anos de prisão, Erik e Lyle Menendez se formaram em direito e passaram a auxiliar outros detentos em questões legais. O caso se tornou um dos mais notórios da história criminal americana, inspirando dezenas de documentários, livros e produções televisivas.