O Irã comunicou à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) a intenção de aumentar suas atividades de enriquecimento de urânio. O plano inclui a instalação de novas centrífugas nas instalações nucleares de Fordow e Natanz. A informação foi divulgada pela Folha na 5ª feira (28.nov.2024).
A decisão de Teerã de expandir suas capacidades nucleares surge depois da Junta de Governadores da AIEA, composta por 35 países, aprovar uma resolução crítica ao programa nuclear iraniano.
O Irã já opera mais de 10 mil centrífugas em Natanz e Fordow, com planos de adicionar 32 cascatas de centrífugas e uma cascata de 1.152 máquinas IR-6. Embora o comunicado não mencione o enriquecimento de urânio até 60% de pureza, ele destaca a disposição do Irã para dialogar com o Reino Unido, França e Alemanha em Genebra.
A proposta iraniana de limitar seu estoque de urânio enriquecido a 60% não evitou a aprovação da resolução pela junta.
A AIEA observou anteriormente uma desaceleração no enriquecimento de urânio pelo Irã, considerando-a um avanço positivo. No entanto, a recente resolução, proposta por Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, reforça o pedido de maior cooperação de Teerã com a agência. Além disso, o Irã informou à AIEA sobre a ativação de 8 cascatas adicionais de máquinas IR-6 para enriquecer urânio até 5% de pureza.
Em dezembro, foi reportado um aumento de 27% no ritmo de enriquecimento de urânio no Irã, possuindo 4.745 kg do material enriquecido a mais de 20%. Isso representa um volume 15 vezes maior do que o permitido pelo acordo nuclear de 2015.
A AIEA estima que o Irã tenha pelo menos 128 kg de urânio enriquecido a 60%, o suficiente para a produção de até três bombas atômicas.