Ao olhar para 2025, Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group, vê dois problemas no horizonte.
“De um lado, um ambiente geopolítico onde a ordem institucional global está mais frágil do que o visto há muito tempo”; do outro, um cenário de menor crescimento global e de taxas de juros mais elevadas, em decorrência de uma inflação que deve seguir resilitente.
Desse modo, Garman avalia que o cenário de 2025 tende a seguir desafiador para os governantes mundiais, uma vez que a alta dos preços se provou como um dos tópicos sensíveis ao eleitorado dos países.
“A inflação foi o ‘calcanhar de Aquiles’ para vários governos em 2024 – vimos isso com a derrota dos Democratas e as dificuldades enfrentadas por Trudeau no Canadá”, afirmou Garman ao WW desta segunda-feira (6).
Mais cedo nesta segunda, Justin Trudeu anunciou que irá renunciar ao cargo de primeiro-ministro do Canadá.
Do outro lado da fronteira, a economia e, em especial, a inflação foram dois pontos de principal interesse para o colégio eleitoral norte-americano em 2024. Não obstante, foi um dos fatores que afetou a campanha do atual governo e que teria permitido a vitória do republicano Donald Trump.
Mesmo passada a eleição, a inflação continua no radar do público. Segundo pesquisa da Reuters/Ipsos, 35% da população dos Estados Unidos acredita que a inflação é a área em que Trump deveria se concentrar nos seus primeiros 100 dias de mandato.
Mas na agenda do republicano também estão incluídas propostas de protecionismo comercial e deportação em massa, o que, segundo Garman, “tende a se traduzir em inflação”.
“Enxergamos 2025 como um acúmulo de países olhando para dentro de si, enfraquecimento das instituições globais e incentivos à cooperação diminuindo. Com uma nova rodada de políticas tarifárias e protecionismo comercial, a inflação pode permancer resiliente e um desafio global em 2025”, concluiu.
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