Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor-geral da Polícia Federal, responderá a perguntas na Comissão de Relações Exteriores
O presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), marcou para 5ª feira (30.mar.2023) a sabatina de Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Corrêa ocupou cargos de confiança nos primeiros 2 mandatos de Lula. Foi secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça de novembro de 2003 a setembro de 2007, quando foi nomeado diretor-geral da Polícia Federal. Comandou a corporação até janeiro de 2011. Eis a íntegra da mensagem presidencial com sua indicação (6 MB).
No início de março, o governo Lula transferiu a Abin do guarda-chuva administrativo do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) para a alçada da Casa Civil, comandada pelo ministro Rui Costa.
A Abin é um órgão central de inteligência, que “tem por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do país, obedecidas a política e as diretrizes estabelecidas em legislação específica”, definiu o governo no decreto. Eis a íntegra (110 KB).
Antes, estava sob responsabilidade do GSI, comandado pelo general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias. Com a mudança, o órgão de inteligência deixa de ser liderado por um militar.
A medida foi motivada pelos atos do 8 de Janeiro, quando extremistas invadiram as sedes do STF (Supremo Tribunal Federal), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, em Brasília. Os 3 prédios foram depredados.
O 8 de Janeiro deve ser um dos temas centrais das perguntas de senadores que fazem oposição a Lula.
Congressistas aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que Lula e o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) teriam se omitido da obrigação de reforçar a proteção aos prédios dos Três Poderes mesmo depois de a Abin emitir alertas sobre o risco de invasão e depredação.
Governistas, por sua vez, podem aproveitar a sabatina para perguntar a Corrêa sobre sua avaliação a respeito do programa usado pela Abin para monitorar a localização de pessoas nos primeiros 3 anos do governo Bolsonaro.