A formação do secretariado de Ricardo Nunes (MDB) no segundo mandato rachou o PL de São Paulo.
Uma das principais lideranças do partido na cidade, o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (SP) acusa o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), que é de Guararema, de tentar interferir na capital.
Prado estaria por trás da indicação, chancelada pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, do prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, para a pasta do Verde e Meio Ambiente na segunda gestão Nunes.
A secretaria atualmente já é da cota do PL, mas ocupada por um aliado de Rodrigues, Rodrigo Ravena.
“Eu sou ético, não sou como o André, não me meto no município se não sou daqui. Isso está criando uma situação ruim inclusive com a nossa bancada de vereadores”, diz Rodrigues.
“Se ele [Prado] acha que tem poder aqui, então pede para os deputados estaduais voltarem em temas municipais, em vez dos vereadores”, ironiza.
A irritação tem relação com a possibilidade de Machado, um ex-tucano que está encerrando seu mandato na cidade do interior, disputar mandato de deputado federal em 2026. Isso poderia atrapalhar os planos de Rodrigues de se reeleger para a Câmara federal.
“Estão trazendo uma pessoa de Jundiaí que era tucana até ontem, para nosso ninho. Nada contra a pessoa dele [Machado], mas isso não atende aos nossos interesses. Eu sou contra essa indicação para secretário”, afirma.
A disputa é permeada por questões mais de fundo. Rodrigues é da ala não-bolsonarista da legenda. Tem perfil de centro, e chegou a ser ministro no governo Dilma Rousseff. “Eu estou no partido desde sempre, o Bolsonaro que chegou depois”, declarou.
Isso tem gerado resistência entre pessoas mais próximas do ex-presidente dentro do PL. Rodrigues não descarta nem deixar o partido. “Vou aguardar os acontecimentos”, diz.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.