Incêndios florestais em Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos, deixaram pelo menos dois mortos, vários feridos e cerca de 100 mil pessoas evacuadas, informaram as autoridades nesta quarta-feira (8).
“Infelizmente, temos duas pessoas falecidas, por enquanto por causas desconhecidas, e um número significativo de feridos”, declarou o chefe do departamento de bombeiros de Los Angeles, Anthony Marrone.
A cidade está coberta por nuvens cinzas e alaranjadas, além de árvores caídas e várias de suas palmeiras características quebradas devido à força dos ventos, que atingem entre 70 e 145 quilômetros por hora e dificultam o trabalho dos bombeiros.
Pacific Palisades, um subúrbio luxuoso de Los Angeles, é o mais afetado pelo fogo, que desde a manhã da última terça-feira (7) consumiu mais de mil estruturas e dois mil hectares, segundo Marrone.
Algumas árvores do Getty Villa, um dos maiores centros de arte do mundo, pegaram fogo devido à proximidade das chamas. No entanto, a instituição “permanecerá segura e intacta”, assegurou um comunicado emitido na manhã desta quarta-feira.
Os incêndios atingem o sul e leste da Califórnia, especificamente na Floresta Nacional de Los Angeles, onde teve início na tarde de terça-feira e já destruiu mais de 800 hectares.
Os moradores da região também estão sem energia elétrica. Várias escolas foram fechadas e importantes vias da cidade estão bloqueadas. Outro alerta para os residentes é o de ferver água potável devido à contaminação e baixa oferta do recurso, diante da alta demanda para erradicar os focos de incêndio.
Combate às chamas dificultado
Centenas de profissionais combatem as chamas descontroladas, mas os incêndios em cojunto “estão levando os serviços de emergência ao limite”, disse Kristin Cowley, do departamento de bombeiros da cidade.
“As aeronaves continuarão lançando água na área identificada hoje, quando o clima permitir”, informou a autoridade.
Outro impasse para o combate às chamas foi a seca nos hidrantes de Los Angeles em meio ao trabalho dos bombeiros. Centenas de profissionais tiveram que lidar com problemas de abastecimento no subúrbio de Pacific Palisades uma vez que os tanques que estavam fornecendo água à região secaram durante a noite.
“Temos três grandes tanques de água, de um milhão de galões [3,78 milhões de litros] cada um”, disse aos meios de comunicação Janisse Quiñones, chefe do Departamento de Água e Eletricidade de Los Angeles. “O primeiro tanque se esvaziou às 16h45 de ontem; o segundo, às 20h30; e o terceiro às 3h da manhã de hoje. Por isso os hidrantes secaram”, explicou.
Quiñones disse que mais água foi fornecida à área para manter os hidrantes operacionais, mas os trabalhos se complicaram devido ao tamanho das vias de abastecimento e ao fato de que a água precisou ser bombeada morro acima.
“Preciso que nossos consumidores realmente economizem água, não apenas na área de Palisades, mas em todo o sistema, porque o departamento de bombeiros precisa da água para combater os incêndios”, explicou.
Devido à situação dramática enfrentada pela Califórnia, estados vizinhos enviaram reforços para combater o fogo, e o governo federal aprovou recursos.
Crise climática
Os incêndios em Los Angeles começaram em um ambiente de baixa umidade, justamente quando os ventos de Santa Ana, característicos dessa temporada do ano na Califórnia, avançam com força na região.
As chamas são frequentes no oeste dos Estados Unidos e desempenham um papel importante no ciclo da natureza. Mas os cientistas alertam que a mudança climática, causada pela ação humana, altera os padrões e cria climas extremos, com secas mais prolongadas e intensas, e incêndios mais vorazes e que se propagam mais rapidamente.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito