Ministro da Fazenda declarou que o governo gastou mais em 2023, mas o PIB do Brasil terá maior expansão em 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta 3ª feira (22.out.2024) que o crescimento econômico do Brasil seja fruto exclusivamente do impulso fiscal –aumento dos gastos públicos. Disse que o FMI (Fundo Monetário Nacional) subiu para 2,5% a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) potencial do Brasil, o que, segundo ele, demostra que a perspectiva é de uma atividade econômica sustentável.
“O estímulo fiscal este ano foi muito menor que do ano passado. Não obstante, a economia cresceu mais este ano que no ano passado. Eu entendo que depende de uma série de variáveis [que] até o final do ano precisam ser ajustadas, mas não é verdade que o Brasil está crescendo com estímulo fiscal”, declarou Haddad.
O ministro disse que o deficit primário de 2023, de R$ 230,9 bilhões, será 3 vezes superior ao estimado para janeiro a dezembro deste ano. Ele concedeu entrevista a jornalistas depois de ter reunião com Marcos Vinicius Chiliatto, diretor-executivo do Banco Mundial, e André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no FMI (Fundo Monetário Internacional).
O FMI aumentou de 2,1% para 3,0% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2024. Haddad disse que o PIB potencial do Brasil passou para 2,5% nas contas do fundo.
“Essa revisão já no fim do ano, que demonstra que a economia brasileira está crescendo com uma inflação relativamente controlada, é sinal que nós temos um potencial de crescimento sustentável, que não é uma coisa que vai acontecer esse ano e que dali a pouco para”, declarou Haddad.
Roncaglia disse que a alta de 0,9 ponto percentual foi o “maior ajuste” que o fundo fez em termos de crescimento para todos os países que acompanha.
“Para o fundo, é um reflexo tanto das políticas que vem sendo tomadas do ponto de vista fiscal, mas também do efeito dos investimentos e gastos que o governo vem fazendo na recuperação do Rio Grande do Sul e também o próprio efeito da reforma tributária sobre as expectativas da economia e melhoria do ambiente de negócios”, disse.