O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), tomou posse do cargo nesta quarta (1º) remotamente por recomendação médica enquanto se recupera do tratamento de um câncer desde que venceu as eleições municipais de outubro do ano passado.
Ele é um dos mais de 5 mil prefeitos que tomaram posse neste começo de ano no país, mas evitou comentar qualquer possibilidade de afastamento por causa das condições de saúde e mesmo da idade avançada. Fuad leu o juramento do cargo de modo quase inaudível por conta do tratamento e pela máscara respiratória, deixando o discurso ao vice, Álvaro Damião (União-MG).
“Muita gente tem me perguntado o porquê de estar aqui, um homem de 77 anos disputar uma pesada eleição em vez de curtir os netos, ficar com a família no sítio ou viajar. Nos últimos meses, tive que ser hospitalizado [três vezes], o que aumentou a curiosidade de amigos. A resposta é muito simples, estou aqui por muito amor a essa cidade e a sua gente”, disse em cerimônia na Câmara de Vereadores.
O próprio vice também desconversou sobre a possibilidade de Fuad Noman se afastar do cargo para tratar da doença ou qualquer outra questão. De acordo com ele, isso dependerá da família do prefeito.
“Eu não dou opinião sobre o afastamento dele. Isso é entre ele, a família e o corpo médico dele. O que ele pode ter certeza é que eu estou aqui para ajudá-lo da forma como achar que deve ser feito”, pontuou.
Fuad Noman teve diagnosticado um linfoma não Hodgkin, que segue em remissão desde outubro. Ele acompanhou a posse por videoconferência ao lado da esposa, Mônica Drumond. Ele assumiu a prefeitura de Belo Horizonte em 2022 após a saída do então prefeito, Alexandre Kalil (sem partido), para disputar as eleições para o governo do estado.
Álvaro Damião afirmou que se reúne constantemente com o prefeito para receber orientações sobre a condução da prefeitura belo-horizontina, e que terá desafios como a reformulação do contrato do transporte público da cidade em vigor desde 2008. A atual concessão vence em 2028 e é alvo de críticas por conta do valor da tarifa cobrada dos passageiros, de R$ 5,75.
A nova administração também pleiteia municipalizar o chamado Anel Rodoviário de Belo Horizonte, que hoje está sob gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que desvia o tráfego pesado do centro da cidade, mas hoje já é uma das vias mais movimentadas. A promessa da campanha é de ampliar e modernizar a rodovia.