Flávio diz que Bolsonaro sofre perseguição política e defende anistia “ampla”



O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a acusação da Polícia Federal de que ele foi o mentor de todo o suposto esquema de tentativa de golpe de Estado, que teve o relatório da investigação tornado público na terça (26).

Flávio Bolsonaro disse que está havendo uma “perseguição” que começou antes da eleição presidencial de 2022. Ele ainda defendeu uma anistia “ampla” a todos os envolvidos na investigação incluindo os participantes nos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes, mas, para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia que tem que ser ampla, geral e irrestrita – estou cada vez mais convicto disso”, disse durante a sessão do Senado pouco após a divulgação do relatório.

Ainda de acordo com ele, a anistia beneficiaria até mesmo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que relata o inquérito na Corte.

“Porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment, no seu art. 39, inciso II, que fala muito claramente – eu vou ler aqui, para não falar errado – “proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa”, completou.

Para o senador, Moraes “está fazendo no mundo que, em determinado tempo, não vá sofrer as consequências pelas ilegalidades, arbitrariedades e abusos que cometeu”.

Segundo o relatório da Polícia Federal, o ex-presidente “planejou, dirigiu e executou” atos para consumar a suposta tentativa de golpe de Estado. Ele e mais 36 pessoas foram indiciadas pelo esquema, incluindo militares, ex-ministros e aliados.

A investigação aponta que a suposta tentativa de se manter no poder após a derrota eleitoral em 2022 só não se concretizou “por circunstâncias alheias a sua vontade”, principalmente pela oposição do então comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior; do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes; e da maioria do Alto Comando do Exército.

O material, entregue ao ministro Alexandre de Moraes na semana passada, já foi encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a quem cabe formular uma denúncia sobre o caso.



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