O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou neste sábado (4) a criação da Alada, nova estatal sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atuar no setor aeroespacial.
Em publicação na rede social X, Bolsonaro ironizou a criação da estatal afirmando que “Lula vive com a cabeça no mundo da Lua” e que suas “alucinações estão indo longe demais”. A Alada, que será subsidiária da NAV Brasil e vinculada ao Ministério da Defesa, terá como objetivo explorar comercialmente a base de Alcântara, no Maranhão, e desenvolver projetos relacionados à tecnologia aeroespacial.
A lei sancionada por Lula foi publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira (3) e prevê que a Alada tenha funções estratégicas, como operar redes de satélites e oferecer suporte a projetos do Comando da Aeronáutica. O governo defende que a criação da estatal visa fortalecer a autossuficiência do país em materiais aeroespaciais e bélicos, além de reduzir a dependência de fornecedores internacionais.
A criação da Alada ocorre em meio a um cenário de déficit recorde nas estatais brasileiras, o maior em 15 anos. Nos primeiros quatro anos, a Alada poderá contratar temporariamente profissionais técnicos e administrativos, além de contar com servidores públicos e militares cedidos.
A base de Alcântara é vista como estratégica por estar próxima à linha do Equador, o que permite lançamentos espaciais com menor consumo de combustível. Relatórios militares acessados pela Gazeta do Povo apontam que empresas como SpaceX, Virgin Galactic e Blue Origin poderiam se interessar por parcerias com o governo brasileiro. No entanto, há um entrave político: Lula tem manifestado resistência ao empresário Elon Musk, dono da SpaceX, devido a divergências em relação a temas como liberdade de expressão e regulação de redes sociais.
Lula já chamou Musk de “babaca” durante um discurso, criticando o foco do empresário em explorar Marte em vez de “investir em preservação ambiental na Terra”.