Fim suave de sanções à Síria ajudaria a atender necessidades, diz ONU


Movimentos concretos para uma transição política inclusiva na Síria serão fundamentais para garantir que o país receba o apoio econômico de que necessita, disse nesta terça-feira (17) o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, ao Conselho de Segurança da organização.

“Há uma clara vontade internacional de se engajar. As necessidades são imensas e podem ser atendidas apenas com um amplo apoio, incluindo o fim suave das sanções, ações apropriadas também nas designações e reconstrução total”, disse.

Pedersen e o chefe de auxílio da ONU, Tom Fletcher, prestaram informações ao conselho de 15 membros a partir de Damasco, onde se reuniram com os novos líderes do país após o presidente Bashar al-Assad ser deposto por forças insurgentes lideradas pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e outros países impuseram duras sanções à Síria depois que a repressão de Assad aos protestos pró-democracia em 2011 se transformou em uma guerra civil. Mas a nova realidade na Síria está ainda mais complicada pelas sanções impostas ao grupo islâmico HTS por seus dias como afiliado da Al Qaeda.

Anteriormente conhecido como Frente Nusra, o HTS era o braço oficial da Al Qaeda na Síria até romperem laços em 2016. Além das medidas unilaterais, o grupo também está na lista de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Al Qaeda e o Estado Islâmico há mais de uma década, sujeito a um congelamento global de ativos e a um embargo de armas.

Fletcher fez um apelo a todos os países para que garantam que “as sanções e as medidas antiterrorismo não impeçam as operações humanitárias” na Síria.

“A Síria já era uma das maiores crises humanitárias do mundo, com 17 milhões de pessoas — mais de 70% da população — precisando de apoio”, disse, ao conselho.

Há uma isenção humanitária para as sanções da ONU sobre o HTS que permite “o fornecimento, o processamento ou o pagamento de fundos, outros ativos financeiros ou recursos econômicos, ou o fornecimento de bens e serviços necessários para garantir a entrega oportuna de assistência humanitária ou para apoiar outras atividades que apoiem as necessidades humanas básicas”.

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