Informação extraída será publicada pela Autoridade de Investigação do Cazaquistão em um relatório final; o acidente matou 38 pessoas
A FAB (Força Aérea Brasileira) anunciou nesta 2ª feira (6.jan.2025) que concluiu as análises das duas caixas-pretas do avião Embraer 190. A aeronave, fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica e operada pela Azerbaijan Airlines, caiu no Cazaquistão em 25 de dezembro de 2024 e deixou 38 mortos.
Em comunicado, a Força afirmou que os trabalhos de extração, aquisição e validação dos dados contidos nos 2 gravadores de voo do avião foram concluídos no sábado (4.jan). As informações estarão em um relatório final da investigação. A divulgação do documento, segundo a FAB, é de “exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão, conforme o Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional”.
“Após as atividades, todos os dados foram entregues à Autoridade de Investigação do Cazaquistão, agência responsável pela análise e investigação do acidente em pauta, conforme os protocolos internacionais de investigação de acidentes aeronáuticos”, disse em nota.
A análise foi feita no LabData (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo) do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília. Contou com a participação do Ministério da Defesa brasileiro e do Ministério dos Transportes do Cazaquistão.
Veja imagens das análises:
Caixas pretas do avião Embraer 190 (Galeria – 6 Fotos)
| Divulgação/Cenipa
| Divulgação/Cenipa
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Fotos CENIPA (16)
| Divulgação/Cenipa
Fotos CENIPA (17)
| Divulgação/Cenipa
HIPÓTESES DO ACIDENTE
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, acusou a Rússia de atacar o avião antes da queda, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que ativou a defesa aérea russa devido a um suposto ataque de drones da Ucrânia no momento do acidente.
O voo J2-8243, de Baku para Grozny, caiu perto de Aktau, no Cazaquistão, quando desviava do sul da Rússia, de onde vinham os ataques de drones. A bordo, estavam 67 pessoas.
O incidente levantou questionamentos sobre a segurança da aviação civil em áreas de conflito. A União Europeia mantém o Sistema de Alerta de Zona de Conflito para informar sobre os riscos à aviação civil em regiões tensas. O caso foi comparado ao abatimento do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014, no leste da Ucrânia, por um míssil russo.
Dados do Flightradar24 indicaram a possibilidade de “fortes interferências de GPS” no momento do acidente, um aspecto que as investigações vão analisar. O governo do Azerbaijão, rejeitando uma proposta de investigação liderada pela Rússia, solicitou a formação de um grupo internacional de especialistas, incluindo representantes da Embraer.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, anunciou na 4ª feira (25.dez.2024) o início de um processo criminal para investigar “minunciosamente” as causas do acidente. Putin também afirmou que o Comitê Investigativo Russo iniciou um processo criminal para apurar o caso e que especialistas civis e militares estavam sendo interrogados.