As Forças Armadas do Equador colocaram sob custódia 16 membros da Força Aérea, que estão sendo investigados por possível envolvimento no desaparecimento de quatro menores em Guayaquil, informou o Ministério da Defesa em um comunicado divulgado nesta terça-feira (24).
A medida tem como objetivo “intensificar a segurança e eliminar totalmente qualquer risco de fuga”, disse o Ministério.
O Ministério acrescentou que a custódia dos 16 militares ficará sob responsabilidade de oficiais e pessoal de inteligência, que apresentarão os investigados ao sistema de justiça, caso seja necessário.
O desaparecimento dos menores, Saúl Arboleda, Steven Medina e os irmãos Josué e Ismael Arroyo, foi reportado às autoridades no dia 8 de dezembro, conforme confirmaram suas famílias. Os menores, com idades entre 11 e 15 anos, estavam nas proximidades de um centro comercial no setor Las Malvinas.
No final de semana, a Procuradoria Geral do Equador informou que abriu uma investigação sobre o caso, que tem atraído a atenção pública do país, onde, em janeiro, o presidente Daniel Noboa declarou a existência de um conflito armado interno e ordenou o envio das Forças Armadas para enfrentar as organizações criminosas responsáveis pela insegurança e violência.
Nesta quarta-feira (25), a própria Procuradoria informou, por meio de sua conta no X, que solicitou à Justiça uma data para apresentar as acusações contra os 16 militares pelo suposto crime de desaparecimento forçado.
Jan Jarab, representante da ONU para os Direitos Humanos na América do Sul, se reuniu virtualmente na segunda-feira (23) com os pais dos menores, conforme comunicado do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Durante o encontro, os familiares disseram que querem apenas encontrar os menores com vida, enquanto Jarab destacou que as autoridades do Equador “têm a obrigação de realizar uma busca rápida”.
Na mesma segunda-feira, em entrevista à rádio, Noboa comentou o caso, afirmando que em seu governo “não vamos encobrir ninguém”.
“Está sendo analisado em que período houve uma operação militar, em que período os menores desapareceram, mas eu pedi pessoalmente também à procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, que se envolvesse, e todas as pessoas que estiveram direta ou indiretamente envolvidas nesses dias e nessas horas de operações devem prestar declarações à Procuradoria. Estamos ao lado da justiça, nos solidarizamos com as famílias dos meninos e vamos até o final”, disse.
*Com informações da CNN en Español