Os antigos dirigentes da Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (IDEA) sublinharam, em comunicado endereçado ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a necessidade da organização fazer uma “avaliação urgente” do que aconteceu e criar um caminho “para a restauração urgente da democracia na Venezuela”.
“Só assim os outros países poderão garantir a sua própria estabilidade”, acrescentou o fórum internacional não governamental composto por 37 antigos Chefes de Estado e de Governo.
Na passada sexta-feira, 10 de janeiro, Nicolás Maduro tomou posse como presidente da Venezuela para um novo mandato que termina em 2031.
“Constatamos que, após a instauração de um regime policial e militar e através de acções de terrorismo de Estado que deixaram dezenas de mortos e milhares de presos na embaixada argentina, foi desencadeada uma onda de repressão”, afirmaram os antigos presidentes.
O IDEA ratificou o seu compromisso com González Urrutia para assumir a presidência da Venezuela e agradeceu aos países latino-americanos que acolheram o líder da oposição num périplo de angariação de apoios para o seu objetivo, que começou a 3 de janeiro e que o levou à Argentina, aos Estados Unidos, ao Panamá e à República Dominicana.
González encontrava-se em Santo Domingo, nas Caraíbas, desde quarta-feira passada mas há, segundo a agência EFE, um total secretismo sobre se ainda se encontrava na ilha.
A 28 de julho, o líder da oposição enfrentou Maduro nas urnas, numa eleição presidencial que o bloco oposicionista afirma ter ganho, de acordo com os registos que diz ter recolhido, mas o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pelo partido no poder, decretou a vitória de Maduro.
A contestação aos resultados eleitorais tem ecoado um pouco por tudo o mundo e em Portugal, onde residem cerca de 44 mil venezuelanos, várias organizações e associações têm manifestado o seu descontentamento nas ruas antes e após a tomada de posse de Nicolás Maduro.
Em Portugal, realizaram-se na quinta-feira manifestações contra o Governo de Maduro, em simultâneo, nas cidades de Aveiro, Porto, Faro, Beja, Lisboa e Funchal.
No sábado o Consulado Geral da Venezuela em Lisboa foi atacado com um cocktail molotov, um ataque que foi condenado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que, através da conta oficial na rede X, considerou como um “ato intolerável”.
Referindo-se a este ataque, o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Yván Gil, disse em Caracas que nenhuma agressão “descontrolada” impedirá a “revolução bolivariana”.
“O fascismo atacou a sede do nosso Consulado Geral em Lisboa, Portugal, com bombas incendiárias, atacando os serviços prestados aos nossos compatriotas. As agressões irracionais dos grupos desequilibrados não conseguirão inverter os avanços da Revolução Bolivariana”, afirmou, numa mensagem partilhada na plataforma Telegram.
Leia Também: Venezuela pede à Interpol captura de opositor Leopoldo López