Os Estados Unidos vetaram nesta quarta-feira (20) uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo na guerra de Israel em Gaza, acusando os membros do conselho de rejeitarem cinicamente as tentativas de chegar a um acordo.
O conselho de 15 membros votou uma resolução apresentada pelos seus 10 membros não permanentes numa reunião que pedia por um “cessar-fogo imediato, incondicional e permanente” e exigia separadamente a libertação dos reféns.
Apenas os EUA votaram contra, usando o seu veto como membro permanente do conselho para bloquear a resolução.
Um alto funcionário dos EUA, que informou os repórteres sob condição de anonimato antes da votação, disse que os EUA só apoiariam uma resolução que pedisse explicitamente a libertação imediata de reféns como parte de um cessar-fogo.
“Como afirmamos muitas vezes antes, simplesmente não podemos apoiar um cessar-fogo incondicional que não exija a libertação imediata dos reféns”, disse o funcionário.
A ofensiva de 13 meses de Israel em Gaza matou quase 44 mil pessoas e deslocou quase toda a população do enclave pelo menos uma vez. Os ataques foram lançados em resposta a um ataque de combatentes liderados pelo Hamas que matou 1.200 pessoas e capturou mais de 250 reféns em Israel em 7 de outubro de 2023.
Antes da votação, o Reino Unido apresentou uma nova linguagem que os EUA teriam apoiado como uma concessão, mas que foi rejeitada, disse a autoridade norte-americana.
Alguns dos 10 membros eleitos do conselho (E10) estavam mais interessados em conseguir um veto dos EUA do que em chegar a uma resolução, disse o funcionário, acusando a Rússia e a China de encorajarem esses membros.
“A China continuou exigindo uma ‘linguagem mais forte’ e a Rússia parecia estar mexendo os pauzinhos com vários dos 10 membros (eleitos)”, disse a autoridade. “Isto realmente enfraquece a narrativa de que se tratava de um reflexo orgânico do E10. Há uma sensação de que alguns membros do E10 lamentam que os responsáveis pela elaboração tenham permitido que o processo fosse manipulado para o que consideramos ser propósitos cínicos.”
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