Embargo atinge refinarias e embarcações russas utilizadas para transportar petróleo para países como Índia e China; expectativa é de que medida enfraqueça Moscou
Os Estados Unidos anunciaram novas sanções para barrar a distribuição de petróleo da Rússia. A medida tenta impedir que Moscou lucre com as vendas, enfraquecendo as reservas do país e, assim, agilizando um acordo de paz para dar fim à guerra na Ucrânia.
Em comunicado oficial da Casa Branca, publicado na 6ª feira (10.jan.2025), o governo norte-americano descreve as sanções como um forte golpe contra a maior fonte de lucro do governo Russo e grande financiador da guerra.
A expectativa é de que haja um impacto na casa dos bilhões de dólares no fundo militar russo, fazendo com que o Kremlin tenha de fazer um esforço financeiro maior para continuar o conflito.
As sanções atingem duas empresas responsáveis pela exploração e refino de petróleo, Gazprom e Surgutneftegas, além de 184 embarcações de transporte de petróleo da frota russa. Muitas destas, segundo a agência de notícias Reuters, fazem parte da “frota fantasma”, utilizadas para exportar petróleo ilegalmente e promover ataques estratégicos a outras nações, como cortes de cabos de energia no Mar Báltico.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky comemorou as sanções norte-americanas à Rússia. No X (ex-Twitter), Zelensky chamou a ação de golpe severo à máquina de guerra russa e afirmou que, quanto menor o lucro sobre a exportação de petróleo, mais rapidamente a paz será restaurada.
“Recursos energéticos jamais deveriam ser usados como armas, como a Rússia faz. Países que respeitem as leis internacionais podem e devem garantir um suprimento energético estável e confiável de outras nações”, escreveu o presidente ucraniano.
A expectativa, como apontam especialistas ouvidos pela Reuters, é de que refinarias de China e Índia, grandes importadores de petróleo russo, passem a adquirir o produto bruto de países do Oriente Médio, África e das Américas.
A agência de notícias informou que muitos dos navios embargados pelas novas sanções eram utilizados para transportar petróleo russo –e até iraniano– para Índia e China.