O FBI, a agência federal de investigações dos Estados Unidos, prendeu um estudante da Universidade George Mason, da Virgínia, por supostamente planejar um ataque em massa contra o consulado de Israel em Nova York, de acordo com um processo judicial federal.
O cidadão egípcio Abdullah Ezzeldin Taha Mohamed Hassan enfrenta uma série de acusações federais.
Elas estão vinculadas à distribuição de informações relacionadas a explosivos, dispositivos destrutivos e armas de destruição em massa e à intenção de assassinar pessoas protegidas internacionalmente, de acordo com um depoimento em um processo contra ele apresentado na segunda-feira (16) no Tribunal Distrital dos EUA na Virgínia.
Hassan, que reside em Falls Church, Virgínia, está em processo de deportação, de acordo com documentos judiciais. Ele é um calouro no curso de tecnologia da informação, segundo a universidade.
O suspeito chamou a atenção do FBI após uma dica sobre sua presença ativa nas redes sociais no início deste ano, de acordo com o depoimento.
Um informante denunciou uma conta vinculada a Hassan à polícia, dizendo que ela tinha “comportamento radical e de tendência terrorista” no X, mostram os documentos judiciais.
Os promotores alegaram que Hassan fez postagens “reverenciando Osama bin Laden e Ayman Al Zawahiri” e operou “várias contas pró-Estado Islâmico e Al Qaeda que promoviam violência contra judeus”.
O FBI conseguiu rastrear as postagens do usuário até o telefone do suspeito e, posteriormente, um endereço IP do campus universitário na Virgínia.
Um informante disfarçado do FBI, se passando por extremista, começou a se comunicar com Hassan, que supostamente “recrutou” o informante “para conduzir um ataque em massa”.
Ao longo de vários dias em meados de novembro, o suspeito enviou informações ao informante, incluindo o endereço do Consulado-Geral de Israel em Nova York, instruções para fabricação de bombas e links para comprar cartuchos e um rifle para realizar o ataque, de acordo com o depoimento.
Em uma declaração aos alunos, o presidente da Universidade George Mason, Gregory Washington, afirmou que “um aluno recentemente preso pelo FBI” foi proibido de entrar na propriedade do campus.
“À medida que os procedimentos criminais progridem, a universidade tomará as medidas adequadas sobre as violações do código de conduta dos alunos”, acrescentou Washington, enfatizando os esforços contínuos para reforçar a segurança do campus.
A CNN entrou em contato com a instituição de ensino para mais comentários e aguarda retorno.
A prisão de Hassan ocorre em meio a crescentes ameaças contra judeus, palestinos e muçulmanos nos EUA, enquanto ataques de Israel na Faixa de Gaza continuam.
No início deste mês, o Washington Post noticiou que a Universidade George Mason baniu do campus por quatro anos duas irmãs que são a atual e ex-presidentes do grupo de Estudantes pela Justiça na Palestina da universidade.
Isso teria acontecido depois que as autoridades revistaram a casa da família e encontraram “armas, munições e insígnias de parentes pedindo a morte dos judeus”, embora não esteja claro se as armas de fogo estavam vinculadas ao banimento das irmãs.
A prisão de Hassan “até agora parece não ter conexão com uma ação policial anterior envolvendo duas alunas da George Mason cuja casa foi revistada em novembro”, pontuou Washington em sua declaração.
Mais de 90 grupos de defesa e professores de todo o país, juntamente com um legislador do estado da Virgínia, assinaram uma carta ao presidente Washington alegando que os dois estudantes foram alvos “de sua defesa dos direitos humanos palestinos” e pediram à universidade que revogue as ordens.