Apesar do desemprego, em algumas funções não faltam vagas de emprego, mas sim profissionais. É o caso dos vendedores, que respondem pelo maior número de posições em aberto em plataformas de recrutamento como Catho e Infojobs. E, apesar de um certo ranço no senso comum em relação à categoria, os vendedores – pelo menos os mais qualificados – são muito bem remunerados. Um exemplo disso são os representantes comerciais, categoria responsável por prospectar e visitar clientes, apresentar produtos, negociar preços, fechar vendas e enviar os pedidos à empresa representada.
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“É uma profissão que paga muito bem e propicia às pessoas ascenderem de classe social muito rapidamente. Em dois anos, um bom vendedor sai da classe C para a classe A, ganhando R$ 30 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil por mês”, garante Thiago Concer, um dos fundadores do Sales Clube e um dos maiores especialistas em vendas do país.
Trajetória profissional
Um dos exemplos é a trajetória profissional do vendedor Flávio Santos, de 33 anos, que representa essa ascensão social. Hoje, ele recebe uma média salarial entre R$ 30 mil e R$ 60 mil, variando de acordo com as comissões que ganha na empresa Orgulho de Ser Vendedor, onde trabalha há dois anos.
De origem simples, Flávio começou a trabalhar aos 14 anos vendendo verduras nas ruas de São Paulo, junto com seus pais. Desde então, trabalhou como office boy e garçom, fazendo o que fosse necessário para ganhar dinheiro. No entanto, sua paixão sempre foi vendas. Aos 16 anos, tornou-se corretor de imóveis e teve muito sucesso, ganhando R$ 10 mil por mês. Aos 18 anos, já morava sozinho. Apesar de ter ganhado muito dinheiro na área imobiliária, ele acabou quebrando financeiramente por falta de controle. Em seguida, entrou em uma rede de idiomas, onde teve um grande crescimento na carreira. Além disso, oferecia palestras de vendas para empresas, e essa atuação deu tão certo que ele passou a se concentrar nesse ramo. Entretanto, assim que a pandemia começou, ele quebrou novamente. Em 2020, ele se candidatou para trabalhar como vendedor e hoje é diretor comercial.
Para Flávio, que trabalha de forma remota e mora com sua esposa e seus dois filhos em uma chácara no interior de São Paulo, a liberdade de poder escolher é uma das maiores conquistas que sua carreira em vendas lhe proporcionou. Ele pode pagar por uma educação de qualidade para seus filhos, oferecer plano de saúde para sua família, frequentar bons restaurantes, ir a hotéis e comprar roupas sem se preocupar com a situação financeira.
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Segundo Concer, um bom vendedor tem um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes específico para a função. Além de ambiciosos e competitivos, os profissionais precisam ter capacidade de ouvir, compreender e fazer diferente com aquilo que ouviu e compreendeu. “Hoje, vendas referem-se muito mais sobre pergunta do que sobre técnica de convencimento. O ato de perguntar gera uma segunda coisa que é ouvir, ouvir e fazer algo com o que ouviu”, explica o especialista. “Por isso, os bons vendedores hoje estão tão raros – e tão procurados – quanto programadores.”