É falso que a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) tenha dito que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho e um de descanso semanal) foi elaborada sem nenhum estudo sobre impactos negativos.
Conteúdo enganoso tira do contexto declaração da parlamentar, autora da proposta constitucional, durante entrevista ao programa “Em Pauta”, da GloboNews, em 11 de novembro. O post, visualizado mais de 2,2 milhões de vezes até 25 de novembro, usa trecho em que ela afirma não ter “um estudo tão específico” após ser questionada se, no segmento farmacêutico, o fim da atual escala de trabalho poderia elevar o preço dos medicamentos.
Ao assistir ao programa completo, é possível verificar que a deputada afirmou, na mesma resposta, que a proposta considerou estudos de países que já adotam modelos de jornadas de trabalho mais flexíveis.
Mesmo já considerando estudos, Erika destacou a importância de haver outros levantamentos e discussões e, ao final da resposta, repetiu que foram analisados estudos de outros países para a elaboração da PEC.
O texto proposto pela deputada cita um estudo realizado com 61 empresas do Reino Unido pelas organizações 4 Day Week Global e Reconnect Happiness at Work. Segundo ele, 92% dos estabelecimentos seguiram com quatro dia de trabalho após o término da avaliação e 71% dos 2.900 colaboradores disseram se sentir com menos sintomas de burnout.
A PEC cita também textos que mencionam exemplos de redução de jornada na Nova Zelândia e Islândia e levantamentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre o assunto.
Em contato com a Folha, a deputada afirmou que a entrevista foi manipulada com o objetivo de desacreditar sua imagem e a da PEC. E mencionou o caso da Inglaterra e Alemanha, onde empresas já adotam escala de trabalho menor que a do Brasil.
A PEC já recebeu o número necessário para ser protocolada na Câmara Federal, de acordo com a deputada. O texto que estabelece a duração do trabalho de até oito horas diárias e 36 semanais, com jornada de quatro dias por semana e três de descanso, ainda não foi protocolado.
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