Representantes dizem que foram ignorados nas negociações; proposta de US$ 250 bilhões anuais para combate às mudanças climáticas foi considerado muito baixo
Representantes dos pequenos Estados insulares e dos países menos desenvolvidos abandonaram, neste sábado (23.nov.2024), uma reunião com a presidência da COP29. A ação é um protesto contra o valor do repasse financeiro dos países desenvolvidos para combater as mudanças climáticas.
“Abandonamos a reunião […]. Sentimos que não fomos ouvidos”, declarou o representante de Samoa, Cedric Schuster, em nome do grupo de Estados insulares, citado pela agência francesa AFP . O encontro foi realizado com a presidência azerbaijana da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Baku, no Azerbaijão.
O texto divulgado pela atual presidência da COP29, na 6ª feira (22.nov.2024), propunha que o valor a ser mobilizado anualmente fosse de US$ 250 bilhões. O valor vigente entre os países, válido até 2025, é de US$ 100 bilhões.
O montante foi bem recebido pelos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Austrália, além de representantes da União Europeia. Mas foi rejeitado por países do Sul Global, que avaliaram o valor como “inaceitável”. Os países menos desenvolvidos pedem de US$ 500 bilhões a US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
A verba é voltada para ajudar esses países a abandonar os combustíveis fósseis e a se adaptar às alterações climáticas associadas ao aquecimento global sem prejuízo ao seu desenvolvimento econômico.
Organizações ambientais e sociais presentes na COP29 disseram que a cúpula terminará com um “resultado negativo” se o acordo final não prever um financiamento “público, suficiente e previsível” para os países do Sul Global.
O atual projeto “põe em risco” o Acordo de Paris, segundo declaração conjunta. Para as organizações, se a UE (União Europeia) quiser salvar o acordo, terá que “agir imediatamente”.
Segundo as organizações, o resultado será “inalterável nos próximos 10 anos”, ou seja, até 2035, quando os compromissos serão revistos. Assinam a declaração organizações como Ecodes, Ecologistas en Acción, Greenpeace, Youth for Climate e Oxfam.
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