Presidente do BC agradeceu funcionários, imprensa e diretores; diz que fez uma transição “suave” para Gabriel Galípolo
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta 5ª feira (19.dez.2024) que cumpriu a promessa de finalizar o mandato apesar de pressões externas. Afirmou ter feito uma transição “suave” para o próximo chefe da autoridade monetária, Gabriel Galípolo.
Campos Neto agradeceu a todos os funcionários do Banco Central, a imprensa e a diretoria do Copom (Comitê de Política Monetária). Declarou que não acreditava em recondução para a presidência do BC e que ficaria no cargo até o fim do mandato “independentemente das pressões”.
O presidente do BC afirmou que colocou a institucionalidade do BC acima dos interesses políticos e que sempre agiu de forma técnica. Segundo ele, a transição de cargo foi a “mais suave possível”. E completou: “Foi a mais bem planejada independentemente da polarização”.
A autoridade monetária publicou nesta 5ª feira (19.dez.2024) o Relatório Trimestral de Inflação. Eis a íntegra do documento (PDF – 11 MB).
Assista:
O BC aumentou de 3,2% para 3,5% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2024. Estimou que a inflação ficará fora da meta em 2024 e atingirá 5,1% em setembro de 2025.
Medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação do Brasil foi de 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro. Ficou acima da meta de 3% e do intervalo permitido, que é de até 4,5%.
Os agentes econômicos estimam inflação de 4,89% em 2024 e de 4,60% em 2025. O Banco Central aumentou a taxa básica, a Selic, para 12,25% ao ano em dezembro para controlar a alta dos preços e expectativas futuras. Sinalizou aumentar para 14,25% até março.
Campos Neto deixará o cargo em 31 de dezembro. Galípolo comandará o BC a partir de 1º de janeiro de 2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá indicado a maioria dos integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária).
Campos Neto disse que, nas últimas reuniões, seu voto teve peso cada vez menor nas reuniões, dando maior importância aos diretores que ficam em 2025. “Nós entendíamos que isso facilitava a passagem do bastão”, declarou.
Campos Neto disse que o Banco Central está preparado e equipado para fazer seu trabalho para a sociedade.
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