Tudo começou muito bem, ou quase, contra a Venezuela. O ataque da seleção funcionava até com brilho, chances de gol apareciam seguidamente e a defesa dava sustos, ao entregar bolas fáceis para La Vinotinto fazer Ederson trabalhar.
Raphinha desperdiçou chance proporcionada por Vinicius Junior uma vez e outra vez por Bruno Guimarães. Vinicius Júnior mandou bola na trave em grande passe de Savinho e Gerson acertou tirambaço bem neutralizado pelo goleiro Romo.
O 1 a 0 era questão de tempo e foi mesmo.
Raphinha bateu falta com perfeição, fez tabelinha com a trave e pôs a seleção na frente.
A defesa continuou a falhar e por pouco, por Ederson, na verdade, ainda no primeiro tempo, Rondón deixou de fazer 1 a 1.
Bem, desnecessário relembrar que Segovia empatou em 40 segundos quando começou o segundo tempo, em novo erro clamoroso da defesa, que o deixou e a Savarino livres, e que Vini estragou sua boa atuação ao sofrer pênalti e perdê-lo, além de jogar o rebote para fora ao bater de primeira quando poderia ter matado a bola e feito o 2 a 1.
Ele não fez, ninguém fez —e o que parecia ser um jogo de redenção acabou em nova decepção.
Frustração que desperta interrogações mil.
Por que Ederson joga tão bem com os pés no Manchester City e tão mal na seleção?
Por que Bruno Guimarães é excelente cão de guarda no Newcastle e nem por isso na seleção?
Por que Gerson pega tanto a bola no Flamengo e muito menos na seleção? Será pedir demais ter um segundo Gerson para fazer história na seleção?
O primeiro, com acento, Gérson de Oliveira Nunes, entrou para o panteão dos melhores de todos os tempos, embora não tenha, no Flamengo, alcançado as mesmas glórias do atual. Porque um dia, meio que ainda no começo da carreira, o famigerado técnico Flávio Costa, aquele do Maracanazo de 1950, o mandou marcar Mané Garrincha na decisão do Campeonato Carioca de 1962. Ele levou um baile, o Botafogo ganhou por 3 a 0 e Garrincha fez dois gols, que nem era sua especialidade.
Gérson acabou sendo mais ídolo no Botafogo, no São Paulo e no Fluminense, time de seu coração.
E por que Vinicius Junior, Raphinha e Savinho não são nada parecidos com o que são no Real Madrid, no Barcelona e no Manchester City, respectivamente?
Ou por que Luiz Henrique não é titular?
Difícil dizer o que é mais enfadonho: ouvir Fernando Diniz agressivo nas entrevistas para justificar o injustificável, ou Dorival Júnior burocrático com a mesma intenção.
Agora virá o Uruguai, na terça-feira (19), na Fonte Nova, em Salvador, na Bahia de Todos os Santos.
Nem precisaria de todos. Um só bastaria para dar a chacoalhada que desde Tite a seleção precisa tomar.
Um choque, uma centelha, um estopim, qualquer coisa para eletrificar esse time morno, insípido, inodoro e incolor. Porque do jeito que está não se chegará a lugar algum, no máximo às quartas de final da Copa de 2026 contra qualquer seleção europeia.
Até mesmo os Pachecos da imprensa andam sem argumentos, assim como os que não confundem a seleção com a CBF.
Já aqueles que a confundem, e ainda acrescentam a justa antipatia por aquilo em que os bolsonaristas a transformaram, estão adorando.
Ó dó!
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.