Investidores reagem às incertezas fiscais e aos dados de desemprego; BC diz que dívida bruta aumentou para 78,6% do PIB
O dólar comercial atingiu R$ 6,11 na máxima desta 6ª feira (29.nov.2024), à espera de novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), às 11h30. Os agentes financeiros não reagem bem ao anúncio de medidas fiscais do governo Luiz Inácio Lula da Silva(PT).
O pacote de revisão de gastos busca economizar R$ 71,9 bilhões no governo (2025 e 2026) e R$ 327 bilhões de 2025 a 2030. Economistas avaliam que as medidas foram insuficientes e o governo tinha oportunidade de fazer uma revisão mais ampla dos gastos públicos.
O BC (Banco Central) divulgou nesta 6ª feira (29.nov) que o deficit nominal do setor público consolidado –que inclui o pagamento de juros da dívida– somou R$ 1,093 trilhão no acumulado de 12 meses até outubro. Além disso, a dívida bruta ultrapassou R$ 9 trilhões pela 1ª vez na história e atingiu 78,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Em proporção do PIB, está no maior patamar desde outubro de 2021.
A redução da taxa de desemprego para 6,2% no trimestre encerrado em outubro também está no radar dos investidores. A atividade econômica mais forte pressiona a inflação dos serviços.
Investidores avaliam que será necessário um ritmo mais forte de reajuste da taxa básica, a Selic, que está em 11,25% ao ano. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu, em entrevista nesta 6ª feira (29.nov) à rádio CBN, que há uma “chantagem” nos agentes financeiros para elevar a taxa.
O dólar comercial superou R$ 6 pela 1ª vez na história na 5ª feira (28.nov), quando o governo apresentou as medidas de revisão de gastos. Junto com o anúncio, Haddad disse que irá aumentar para R$ 5.000 a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) até 2026. A renúncia fiscal será financiada, em parte, com a maior cobrança de impostos por pessoas que recebem mais de R$ 50.000 por mês.