Autor do projeto da reciprocidade ambiental, defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado federal Tião Medeiros (PP-PR) afirma que o discurso de preocupação ambiental adotado por países europeus é “mentira” e “falácia”.
O parlamentar apresentou o texto no final de abril. A expectativa é que a urgência do projeto seja votada nesta terça-feira (26).
A proposta proíbe o Brasil de assinar acordos, contratos ou tratados internacionais bilaterais, regionais ou multilaterais que possam representar restrições às exportações brasileiras e ao livre comércio quando os outros países ou blocos signatários não adotarem instrumentos equivalentes aos do governo brasileiro.
Para Tião Medeiros, há uma narrativa que usa o argumento de proteção ambiental e que pode comprometer o comércio de produtos brasileiros.
“O nosso medo é que na COP eles venham a comprometer o futuro do comércio de alguns produtos brasileiros sob o argumento da proteção ambiental”, diz.
“Isso sempre vem travestido de cuidado ao meio ambiente, proteção ambiental, que é uma mentira, uma falácia, porque, no final das contas, a gente sabe que tudo isso é embargo comercial, é interesse econômico.”
O deputado disse ter falado com o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) na manhã desta terça-feira e que foi informado de que, no governo Lula, já foram abertos 280 novos mercados.
“Quer dizer, se nós estamos vendendo para mercados que antes não vendíamos, significa que a gente está ocupando espaço de alguém. Nós somos mais competitivos do que alguém, ou então estamos dividindo o espaço de alguém. Provavelmente é algum europeu e eles estão tentando segurar o avanço do produto brasileiro nos mercados que eles fornecem.”
Medeiros diz que alguns países cobram do Brasil medidas ambientais sem terem em sua legislação regras semelhantes às adotadas pelo país.
“É o chamado faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. Alguns países apontam os dedos para nós, dizendo que nós não cumprimos regras ambientais ou que os nossos produtos não são ambientalmente adequados”, diz. “E, na verdade, nós somos infinitamente mais sustentáveis e adequados do que eles, mas a narrativa deles é para depreciar e minorar o preço do produto e até tirar o produto da concorrência. Então, no fundo, é uma briga comercial revestida de preocupação ambiental.”
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