“Foi espalhada por ela mesma para desviar a atenção do fracasso da mobilização da extrema-direita”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
De acordo com Pomar, informações do deputado venezuelano Roy Daza, presente ao evento do Foro de São Paulo, indicam que a manifestação organizada por María Corina ocupou apenas uma quadra de uma avenida.
Aliados de María Corina relataram que ela foi “violentamente interceptada” e, horas depois, liberada pelo regime chavista após participar de protestos em Caracas. A líder oposicionista, que havia passado mais de cem dias em local desconhecido, se juntou às manifestações nas ruas contra a posse do ditador nesta sexta (10).
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se pronunciou sobre o ato, mas fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores afirmam que a situação está sendo acompanhada.
A tensão na Venezuela aumentou com os atos convocados tanto pela oposição quanto pelo governo. A repressão, já intensa na ditadura chavista, se agravou ainda mais durante a semana.
O Partido Socialista Unido da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, é um dos membros mais influentes do Foro de São Paulo ao lado de legendas como o PT, a Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua e o Partido Comunista de Cuba.
Apesar das críticas pontuais de Lula ao regime de Maduro por não apresentar as atas de votação que supostamente o reelegeram para um terceiro mandato, setores do PT seguem firmes no apoio ao governo venezuelano.
A postura reflete a proximidade histórica entre os dois partidos, reforçada pelo alinhamento no Foro de São Paulo, enquanto o país segue mergulhado em um cenário de polarização, marcado por protestos e denúncias de repressão.