Mark Rutte e o presidente eleito discutiram a escalada de problemas na segurança global, como a guerra na Ucrânia
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, se encontrou na 6ª feira (22.nov.2024) com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), em Palm Beach, na Flórida.
Segundo a porta-voz da Otan, Farah Dakhlallah, eles discutiram os problemas de segurança global enfrentados pela aliança militar, criada em 1949 e composta por 32 países.
Dois dias após a eleição norte-americana, o chefe da Otan declarou que queria se encontrar com Trump para trabalharem juntos no enfrentamento de “desafios de segurança” global.
O encontro se dá em um momento de escala de tensões da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Em junho, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assinaram um acordo de parceria estratégica para prestar assistência militar em caso de ataque a um deles.
Autoridades da inteligência da Coreia do Sul acusam a Rússia de enviar mísseis aéreos à Coreia do Norte em troca do envio de soldados norte-coreanos para auxiliar os russos no conflito com a Ucrânia.
A suposta troca entre soldados norte-coreanos e armamentos bélicos russos reforça a aliança entre o presidente Vladimir Putin e Kim Jong-un. A Rússia é um dos principais parceiros políticos e econômicos da Coreia do Norte, um dos países mais isolados do mundo.
Rutte expressou preocupação com a aliança entre Rússia e Coreia do Norte logo após a eleição de Trump. Ele destacou a importância de discutir essa ameaça e o perigo da aproximação entre China, Coreia do Norte e Irã, acusados de apoiar a Rússia na ofensiva contra a Ucrânia.
CRÍTICO DA OTAN
Em fevereiro, Trump disse que encorajaria a Rússia a fazer “o que diabos quiser” aos países da Otan que não investirem pelo menos 2% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em defesa. Entre os princípios da aliança militar está um gatilho de proteção mútua de seus integrantes em caso de ataque externo.
A declaração foi mal-recebida pelos integrantes do grupo. À época, o secretário-geral Jens Stoltenberg disse que a afirmação colocava em risco a segurança de toda aliança militar e declarou que a posição oficial do bloco é de dar uma resposta única e energética a qualquer hostilidade contra um membro da Otan.