Uma criança de 9 anos está entre as cinco pessoas que morreram em um atropelamento em um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburgo, na sexta-feira (20), segundo autoridades.
O suspeito foi preso. Ele é um médico de 50 anos da Arábia Saudita, que teria sido um ex-muçulmano que renunciou à sua fé e desenvolveu sentimentos cada vez mais anti-islâmicos.
O ataque ocorre a menos de dois meses das eleições antecipadas no país, em meio a debates sobre a política de imigração da Alemanha.
O que sabemos sobre o caso
Cinco mortos: Pelo menos cinco pessoas morreram no ataque, incluindo uma criança de 9 anos, informou o oficial municipal de Magdeburgo, Ronni Krug, em um pronunciamento no sábado (21). O chanceler Olaf Scholz confirmou mais de 200 feridos, sendo cerca de 40 em estado grave. Scholz descreveu o número como “inacreditável”.
Identidade do suspeito: A mídia alemã identificou o suspeito como “Taleb A.”, seguindo a convenção alemã de não divulgar nomes completos em casos criminais. Horst Walter Nopens, chefe do Ministério Público de Magdeburgo, confirmou o primeiro nome. A Reuters divulgou uma imagem do suspeito e o identificou como Taleb al-Abdulmohsen, com base em informações da organização ativista RAIR Foundation USA.
Sentimentos anti-islâmicos: O motivo do ataque ainda está sendo investigado. Nopens afirmou que o suspeito pode estar insatisfeito com o tratamento da Alemanha em relação aos refugiados sauditas. Nas redes sociais, ele aparentava expressar opiniões anti-islâmicas e apoio ao partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Ele também teria ajudado sauditas, especialmente mulheres, a deixar seu país de origem. A ministra do Interior, Nancy Faeser, o descreveu como “islamofóbico”.
Perfil surpreendente: O especialista alemão em terrorismo Peter Neumann expressou surpresa com o perfil do suspeito. “Depois de 25 anos neste ‘negócio’, você pensa que nada mais pode surpreender. Mas um saudita ex-muçulmano de 50 anos, que vive no leste da Alemanha, ama a AfD e quer punir a Alemanha por sua tolerância com islamistas — isso realmente não estava no meu radar.”
Avisos da Arábia Saudita: A Arábia Saudita teria enviado múltiplos avisos às autoridades alemãs sobre o suspeito, segundo duas fontes com conhecimento das comunicações. Um dos avisos foi ignorado. A Arábia Saudita considera o homem um fugitivo e pediu sua extradição entre 2007 e 2008, mas as autoridades alemãs recusaram devido a preocupações com a segurança do suspeito caso ele retornasse. As autoridades sauditas o acusam de assediar sauditas no exterior que se opunham às suas opiniões políticas.
Visita de Scholz a Magdeburgo: Scholz viajou ao local do ataque no sábado, onde encontrou moradores e prestou homenagem às vítimas colocando flores. Durante uma coletiva de imprensa, ele classificou o ataque como “terrível” e destacou que os alemães devem “permanecer unidos como país e não deixar que o ódio nos divida.”
Segurança reforçada: Berlim está aumentando a presença policial nos mercados de Natal da cidade após o ataque. “As autoridades de segurança estão em estreito contato. Por precaução, a polícia de Berlim aumentará sua presença nos mercados de Natal da cidade”, afirmou a ministra do Interior de Berlim, Iris Spranger. O mercado de Magdeburgo foi fechado.