Com debates em torno de financiamento, emissões e preservação ambiental, conferência em Baku ainda pode definir acordos até o dia 22
A COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, entra em sua reta final com debates intensos e expectativas sobre o que será decidido até o encerramento na sexta-feira, dia 22. Até agora, houve avanços importantes, mas a conferência ainda enfrenta desafios significativos para transformar intenções em compromissos concretos. Um dos marcos foi a definição do início das operações do Fundo de Perdas e Danos, que começará a distribuir recursos em 2025. Esse fundo é essencial para ajudar países vulneráveis a desastres climáticos extremos, como secas, enchentes e furacões, cuja intensidade tem aumentado com o avanço da crise climática. Outra conquista parcial foi o progresso nas discussões sobre o mercado global de carbono. A criação de regras mais claras para a troca de créditos de carbono é vista como uma ferramenta importante para reduzir emissões e estimular investimentos em tecnologias limpas. No entanto, ainda há divergências sobre como garantir que o mecanismo seja justo e eficaz, especialmente para países em desenvolvimento.
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As metas climáticas também estão em foco. A COP29 reforçou a necessidade de que todos os países atualizem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até 2025, alinhando-as ao objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Essa atualização deve incluir compromissos mais ambiciosos em áreas como transição energética e preservação de florestas, especialmente em regiões críticas como a Amazônia. A preservação ambiental tem sido um ponto de destaque nas discussões, com a conservação de ecossistemas como florestas e oceanos emergindo como prioridade. Esses biomas desempenham papéis importantes na absorção de carbono e na manutenção da biodiversidade. Apesar disso, ainda faltam acordos claros sobre como financiar e implementar essas ações de forma eficaz.
Até sexta-feira, um dos grandes desafios será a definição de um novo patamar de financiamento climático. A meta de US$ 100 bilhões anuais, estabelecida em 2009, já não atende às necessidades crescentes, especialmente para países em desenvolvimento, que enfrentam os piores impactos da crise climática. A expectativa é que um valor mais alto e mecanismos de acesso mais simples sejam definidos nesta reta final. Com a crise climática exigindo respostas urgentes, os próximos dias serão decisivos. Há uma pressão global para que a COP29 vá além das discussões e entregue soluções práticas e concretas. O que for decidido até o dia 22 pode moldar o futuro da política climática global e definir se o mundo conseguirá evitar os piores cenários de aquecimento global.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.