O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira, expressou preocupação com as emendas inseridas no Projeto de Lei (PL) das eólicas offshore, que regulamenta a exploração de energia eólica em alto mar.
Em entrevista ao CNN Arena, Madureira destacou que, embora a regulamentação seja positiva, as emendas conhecidas como “jabutis” podem trazer prejuízos significativos aos consumidores brasileiros.
Segundo o executivo, 12 entidades do setor elétrico, representando toda a cadeia desde a geração até o consumo, uniram-se para solicitar o veto presidencial a esses itens.
Um estudo realizado pela consultoria PSR, contratada pelo grupo, aponta que as emendas podem resultar em um aumento de 9% a 10% na conta de energia elétrica dos brasileiros até 2050, o que equivale a aproximadamente R$ 20 bilhões.
Impactos das emendas no setor elétrico
Madureira explicou que as emendas incluem medidas como a implantação compulsória de térmicas em locais sem infraestrutura de gás, o que encareceria a produção e distribuição de energia.
Além disso, há propostas para manter subsídios para energias incentivadas e para a compra obrigatória de energia de pequenas centrais elétricas a preços elevados.
Outro ponto crítico é a expansão da geração distribuída, que, segundo Madureira, já representa um dos principais subsídios no setor e pesa na conta dos consumidores regulados.
O presidente da Abradee ressaltou que essas medidas, além de aumentarem os custos, podem dificultar a operação do sistema elétrico brasileiro.
Apelo ao veto presidencial
As associações do setor elétrico estão empenhadas em apresentar argumentos técnicos e econômicos para que o presidente Lula vete os “jabutis” do PL das eólicas offshore.
Madureira enfatizou a importância de se considerar o impacto dessas medidas na conta de energia dos brasileiros, que já está em um patamar elevado.
O prazo para a sanção ou veto do projeto está se encerrando, e a expectativa do setor é que o governo federal analise cuidadosamente as implicações dessas emendas para o futuro do setor elétrico e para a economia dos consumidores brasileiros.
Eólica offshore pode ser “nova energia hidrelétrica” do Brasil, diz estudo do Banco Mundial