Logo nas primeiras palavras o orador deve se dedicar ao processo de conquista do público; elogiar os ouvintes, contar uma rápida história e prometer brevidade também são recursos recomendáveis
Você percebeu que certos oradores conseguem desenvolver suas apresentações de maneira fluente desde o início até o final? Notou também que outros, ao contrário, até eloquentes em suas exposições, possuem raciocínio truncado e não imprimem sequência lógica em seus discursos? Por que será que esse fenômeno ocorre até com certa frequência? Vamos identificar quais são as qualidades e os defeitos que levam alguém a ser ou não eficiente quando fala em público.
São distintos os problemas apresentados pelos oradores. Entre os mais comuns estão: mensagem inadequada para determinado tipo de plateia, voz hesitante, vocabulário limitado, falta ou excesso de gestos, postura deselegante. Muitas dessas falhas são provocadas pela insegurança. Têm muita influência também a experiência de quem fala em público e a dificuldade específica da circunstância. O defeito mais relevante entre todos, todavia, é a falta de concatenação lógica do pensamento. Algumas pessoas não sabem como iniciar, desenvolver e concluir seus discursos.
Não são raros aqueles que começam expondo informações que seriam mais adequadas no corpo da fala, ou na conclusão. Também são comuns os casos de oradores que no momento de encerrar voltam a argumentar, comprometendo a sequência da exposição e a compreensão da plateia. Para desenvolver um discurso eficiente, basta seguir estes passos bastante simples: conquistar os ouvintes, instruí-los, desenvolver o assunto e concluir. Vamos estudar de maneira resumida cada uma dessas etapas.
Conquistar os ouvintes. É no início, logo nas primeiras palavras que o orador deve se dedicar ao processo de conquista do público. Para atingir esse objetivo o cumprimento deve ser simpático e de acordo com a formalidade da circunstância. De maneira geral, “Senhoras e senhores” para as situações mais formais e “Boa noite a todos” para as circunstâncias informais são vocativos apropriados. Depois de cumprimentar, uma boa atitude é a de agradecer o convite recebido e indicar de forma clara quais os benefícios que as pessoas terão com a mensagem. Elogiar os ouvintes, contar uma rápida história e prometer brevidade também são recursos recomendáveis.
Instruir os ouvintes. Nem sempre as pessoas estão devidamente preparadas para ouvir a mensagem. Por isso, é preciso instruí-las. Procure seguir esta sequência: conte qual o assunto a ser tratado; explique o problema que pretende solucionar, ou o histórico da novidade a ser exposta; dê a solução do problema, ou apresente a novidade que prometeu mostrar; dê um exemplo para tornar mais claro o assunto exposto e refute as possíveis objeções.
Concluir. Depois de cumprir as etapas anteriores, estará em condições de fazer a conclusão. Quase sempre será possível encerrar pedindo para que as pessoas reflitam ou ajam de acordo com as propostas apresentadas. Resumindo: cumprimente, agradeça, conte qual é o assunto, esclareça qual é o problema, sugira a solução, dê um exemplo para ilustrar, refute as objeções e conclua. Se o orador obedecer a essa sequência, seu discurso será claro e fluente desde a introdução até o encerramento. O início e a conclusão, na maior parte das vezes, devem ser curtos. Em apresentações mais longas, cada uma dessas etapas consumirá de cinco a dez por cento do total, sendo que a conclusão é ainda mais breve. Nos discursos mais curtos, de até dez minutos, a introdução poderá chegar a 30% do total. A conclusão continuará sendo rápida.
Durante o assunto central, a mensagem deve ser apoiada com argumentos, como exemplos, comparações, estatísticas, pesquisas e teses. Para dar ainda mais consistência à argumentação, é convenente citar a fonte das informações. As resistências dos ouvintes precisam ser afastadas, pois só assim eles concordarão com as propostas sugeridas. O orador tem de ter certeza de que as objeções existem mesmo, caso contrário poderia criar pontos de discordâncias que nem haviam sido pensados pela plateia. Nas apresentações corporativas, ao contar uma história para ilustrar a mensagem, e assim facilitar o entendimento do público, dê preferência aos exemplos relacionados aos negócios, ao mercado, à atividade empresarial. Essas histórias são as melhores nessas situações porque, além de ilustrar e tornar mais clara a mensagem, também reforçam a linha de argumentação e passam a ideia de objetividade.
Depois de organizar cada uma das etapas, é recomendável que o orador treine o máximo que puder. Que ensaie a resposta mais adequada a cada objeção que possa surgir. E que esteja preparado para fazer mudanças durante a apresentação, caso perceba que os ouvintes não estejam reagindo de acordo com as suas expectativas. Essa sequência, com pequenas alterações para contornar possíveis imprevistos, pode ser aplicada em praticamente todas as situações e garantir excelentes resultados. Siga pelo Instagram @polito
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.