Grupo organizado por Gustavo Gayer (PL-GO) desembarca em Washington sem Bolsonaro; congressistas apostam em aproximação com republicanos
A comitiva da oposição brasileira que vai à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), na 2ª feira (20.jan.2025) terá uma série de atividades em Washington D.C além da cerimônia, incluindo um brunch com assessores do governo Trump e um baile de gala.
O Poder360 apurou que a excursão, encabeçada pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), começa no domingo (19.jan) com um lanche oferecido por um dos conselheiros de Trump às 10h de Washington (12h de Brasília). O nome do assessor ainda não foi compartilhado com os congressistas.
No mesmo dia, o grupo irá a um comício de Trump na Capital One Arena, um ginásio poliesportivo com capacidade para cerca de 20.000 pessoas. O evento está previsto para às 14h de Washington (16h de Brasília) e deve contar com aparições de integrantes do núcleo próximo ao presidente eleito.
No dia da posse, a comitiva brasileira estará em frente ao Capitólio a partir das 12h no horário da capital norte-americana (14h de Brasília). A organização do cerimonial alertou para o risco de nevascas, com temperaturas de até -12 °C.
Por fim, o grupo de deputados irá ao “Multicultural Coalition U.S. Presidential Inaugural Ball”, sediado na sede do jornal Washington Times, às 18h (20h de Brasília). Trata-se de um baile de gala para estrangeiros aliados ao trumpismo. O código de vestimenta é “black tie”. Não há confirmação se o próprio Trump, recém-empossado, fará alguma aparição por motivos de segurança.
Entre os nomes confirmados na posse estão os dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP) e Maurício Marcon (Podemos-RS).
BOLSONARO ESCALA MICHELLE PARA POSSE
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está impedido de ir à posse de Trump por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A defesa do ex-chefe do Executivo pediu a liberação do seu passaporte para viajar à solenidade. Foi negado. Advogados apresentaram um recurso e aguardam resposta.
Com a negativa, o ex-presidente afirmou que sua mulher, Michelle Bolsonaro, viajará para Washington em seu lugar. Segundo Bolsonaro, a ex-primeira-dama terá um “tratamento bastante especial” por parte da equipe do republicano.
“Ela [Michelle] estava convidada juntamente comigo e ela vai fazer a sua parte. Tenho conversado com alguns próximos ao presidente Trump e ela vai ter um tratamento bastante especial lá pela consideração que o presidente Trump tem para comigo. É uma amizade construída ao longo dos anos”, disse em entrevista à Revista Oeste.
Além de Michelle, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também vão ao evento nos Estados Unidos. Eduardo, o filho “03” do ex-presidente, é secretário de Relações Internacionais do PL (Partido Liberal) e considerado o principal articulador com partidos e movimentos de direita internacionais.
O congressista é, inclusive, considerado próximo ao círculo de Trump. Ele esteve na casa do republicano em Mar-a-Lago (Flórida) durante a apuração das eleições norte-americanas, em novembro.
Com uma agenda política inspirada em Trump, Jair Bolsonaro apostou em se reaproximar do republicano ao longo de 2024. Além de apoiá-lo na campanha contra a candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, Bolsonaro têm repercutido pautas comuns com o republicano, como o combate à “agenda woke” e críticas aos “excessos” do Judiciário brasileiro contra si e envolvidos em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A oposição também têm procurado estreitar laços com os republicanos, que terão maioria na Câmara e no Senado em 2025. Congressistas da ala trumpista têm avançado pautas que miram integrantes do Judiciário no Brasil sob alegação de “censura” em decisões judiciais– um tema prioritário para aliados de Bolsonaro no Brasil.