A cada ano surgem mais casos de câncer renal, tema da campanha Março Vermelho. Somente nos Estados Unidos, a previsão para 2023, de acordo com estimativa realizada pela Sociedade Americana do Câncer, é de que cerca de 81.800 novos casos de câncer de rim em pessoas de todas as idades sejam diagnosticados. A mesma entidade prevê 15 mil óbitos registrados este ano naquele país por câncer renal.
“Tumores de rim representam cerca de 2% de todos os tumores malignos”, diz a Dra. Isabela Werneck, patologista associada à SBP. “É Importante ressaltar que tumores de rim são doenças heterogêneas e existem mais de 20 subtipos histológicos e é fundamental realizar o reconhecimento específico para definir o tipo de tratamento”, destaca a médica, que é também pesquisadora de tumores renais, entre outros.
“O câncer renal é um tipo de neoplasia que vem crescendo em incidência, em grande parte pelo maior acesso aos exames de imagem, uma vez que é um tipo de tumor que, muitas vezes, é silencioso e com poucos sintomas”, afirma o médico oncologista Dr. José Maurício Mota, especialista em tumores urológicos. “Para nós, oncologistas, a presença dos patologistas ao nosso lado é fundamental pois precisamos, em grande parte das vezes, determinar qual é o subtipo histológico e subtipo molecular daquele tumor para conseguirmos propor a melhor abordagem terapêutica ao paciente”, observa.
Dentre os principais sintomas deste tipo de câncer, vale destacar o sangramento na urina e dores na região lateral da barriga. Como se trata de um órgão localizado mais profundamente na barriga, os sintomas mais intensos e possibilidade de palpação do câncer só ocorrem quando a doença está mais avançada. Por isso, muitos casos só são descobertos já em metástase.
É imprescindível entender que os rins são órgãos vitais do sistema urinário, responsáveis por filtrar o sangue e eliminar os resíduos metabólicos do corpo. Além disso, eles também regulam o equilíbrio de água, eletrólitos e ácido-base no organismo, produzem hormônios que ajudam a controlar a pressão arterial e estimulam a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.
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Diagnóstico e prevenção
Como observado em uma série de casos, a causa do câncer de rim não é conhecida e fatores hereditários influem. Contudo, existem algumas maneiras de se reduzir o risco da doença. O tabagismo é responsável por uma porcentagem considerável dos casos, e parar de fumar pode reduzir seu risco, além disso, a obesidade e pressão arterial elevada também são fatores de risco para câncer de células renais. Dito isso, manter um peso saudável por meio de exercícios físicos e ter uma dieta rica em frutas e vegetais podem reduzir as chances de contrair a enfermidade.
Em parte dos casos, a suspeita de câncer de rim é levantada por meio de exames de imagem. No entanto, é preciso realizar um estudo aprimorado com tomografia computadorizada e ressonância magnética, para assim, analisar os detalhes, como tamanho e a localização do tumor. Por fim, é importante destacar que a análise de biópsia feita por um médico patologista dá o diagnóstico definitivo se trata-se de um câncer e de qual tipo.
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico.