A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre, um pouco acima das expectativas de especialistas.
O resultado divulgado pelo IBGE mostra uma atividade econômica forte e resiliente. Os setores de indústria e serviços puxaram o desempenho do índice, com uma alta de quase 1%.
O consumo das famílias também cresceu no período, incentivado por um ganho de renda acima da inflação e um desemprego baixo, que também aumenta os salários. Parte da expansão foi puxada pelos gastos do governo, que também subiram.
A força da economia brasileira pressiona o Banco Central para a próxima decisão sobre os juros, ainda em dezembro. Alas do mercado precificam uma alta de um ponto percentual na Selic durante a reunião do Copom, com a taxa atingindo 14% no ano que vem.
O UBS BB prevê, em análise, que as taxas de juros fiquem em 13,5% já em março de 2025, após três subidas de 0,75 ponto percentual consecutivas.
A avaliação de economistas é que uma política fiscal expansionista, junto de uma subida na dívida pública e um forte crescimento econômico, deve gerar mais inflação.
Além disso, também pesa a desvalorização do real frente ao dólar. Mesmo em queda nesta terça-feira (3), a moeda americana segue na casa dos R$ 6 e isso irá influenciar o rumo dos preços no curto prazo.
O câmbio mantém a trajetória de escalada desde a semana passada, após o anúncio do pacote fiscal pela equipe econômica. Esse desempenho faz parte de uma crise de confiança entre o governo e o mercado financeiro, que não acredita em uma melhora nas contas públicas.
* com informações de João Nakamura e Patrick Fuentes.