Gravadores serão analisados pelo Cenipa; investigadores de Azerbaijão, Rússia e Cazaquistão também acompanharão o processo
As caixas-pretas com as gravações da cabine do avião da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) que caiu em Aktau, no Cazaquistão, em 25 de dezembro chegaram ao Brasil.
Os gravadores CVFDR (Cockpit Voice and Flight Data Recorder) serão analisados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira).
Outros 3 investigadores do Cazaquistão também acompanharam o processo, além de técnicos convidados pelo país, sendo 3 de Azerbaijão e 3 da Rússia.
A escolha do envio dos equipamentos para o Brasil se deve ao fato de o país ser responsável por fabricar as aeronaves da Embraer. A sede da empresa está localizada em São José dos Campos, São Paulo.
“A extração, aquisição e validação dos dados contidos nos gravadores de voo ocorrerão no menor prazo possível. Toda a análise e as conclusões que serão publicadas no Relatório Final dessa investigação aeronáutica são de exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão”, disse a FAB em nota.
ACIDENTE AÉREO
O avião da Embraer, operado pela Azerbaijani Airlines, caiu com 67 pessoas, deixando 38 mortos.
O voo havia saído de Baku, capital do Azerbaijão e tinha como destino a Rússia. A Azerbaijan Airlines informou que o jato precisou realizar um pouso de emergência nas proximidades de Aktau depois de atingir um pássaro. A cidade fica no lado do Mar Cáspio, que é oposto ao Azerbaijão e à Rússia.
Um relatório preliminar da Azerbaijan Airlines apontou que a aeronave sofreu “interferências técnicas e físicas externas”. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters na 6ª feira (27.dez). Ainda não há mais detalhes sobre o relatório da companhia aérea.
O Ministro do Desenvolvimento e Transporte do Azerbaijão, Rashad Nabiyev, corroborou a informação da Azerbaijani Airlines, dizendo que passageiros que sobreviveram à queda afirmaram ter ouvido 3 explosões enquanto a aeronave sobrevoava a Rússia.
“Todos [os sobreviventes], sem exceção, disseram que ouviram explosões quando o avião sobrevoava Grozny”, disse.