País lidera uso de smartphones, mas tem baixo desempenho em investimentos e inovação tecnológica
O Brasil permanece na 57ª posição entre 67 países no Índice de Competitividade Digital (ICD), conforme revelado por estudo do IMD (Institute for Management Development), em parceria com a FDC (Fundação Dom Cabral) nesta 5ª feira (14.nov.2024). A pesquisa destaca a estagnação do país em aspectos cruciais como investimentos em tecnologia e agilidade empresarial, apesar de liderar no uso de smartphones. Eis a íntegra.
O país ficou atrás de nações emergentes como Índia, África do Sul e Turquia, enquanto Singapura, Suíça e Dinamarca ocupam as primeiras colocações, relegando os Estados Unidos ao 4º lugar.
O estudo avalia 59 indicadores em 3 categorias: conhecimento, tecnologia e prontidão para o futuro. Ressalta a necessidade de estratégias de longo prazo para o desenvolvimento de mão de obra especializada e infraestrutura digital.
Em entrevista ao Globo, Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC, identificou os altos juros como barreira ao investimento tecnológico no Brasil. “O custo de capital continua sendo um problema e que piorou no último ano. Parte do que não nos fez melhorar é esse custo, o que é muito complicado para realizar de investimentos em tecnologia,” afirmou.
Apesar dos desafios, o Brasil se destaca em gastos públicos com educação e políticas para Inteligência Artificial, graças ao plano brasileiro para IA e avanços na regulação. O país, no entanto, ainda enfrenta dificuldades em adotar big data, analytics e segurança digital. “Estamos falando muito de inteligência artificial, enquanto as empresas brasileiras têm problemas dos mais básicos, como ter uma estratégia e uma coerência para tomada de decisão. Não vai ser a IA que vai resolver isso,” disse Tadeu ao jornal.