Bosch e outras empresas da Alemanha tentam reduzir custos de produção para continuar competitiva no mercado internacional
A Bosch, uma das maiores fabricantes de peças de engenharia, anunciou nesta 6ª feira (22.nov.2024) que demitirá 5.200 funcionários na Alemanha até 2027. A jornada de trabalho semanal de outros trabalhadores será reduzida para 35 horas e o salário terá um corte de até 15%.
A empresa tenta reduzir os custos de produção para continuar competitiva no mercado internacional. O movimento da Bosch não é uma exclusividade.
A Volkswagen, tradicional empresa alemã de produção de veículos, anunciou o plano de redução de gastos em outubro. Pretende fechar 3 fábricas no país e reduzir os gastos nas que se mantiverem em funcionamento. Uma interrupção no aumento futuro dos salários dos trabalhadores também é esperado para os próximos anos.
O setor industrial da Alemanha é afetado pela entrada dos produtos chineses no comércio interno. O país asiático produz a menores custos e consegue vender a menores preços à população alemã.
“Os cortes serão feitos principalmente em áreas futuras nas quais a Bosch deseja crescer vigorosamente no longo prazo. No contexto da escalada na política comercial entre os EUA, a Europa e a China, uma base sólida para a inovação e a industrialização na Alemanha e na Europa é, portanto, ainda mais importante”, disse Adrian Hermes, integrante do conselho de supervisão da Bosch.
Essas incertezas econômicas às empresas e aos cidadãos minam a popularidade do chanceler Olaf Scholz (Partido Social-Democrata, centro-esquerda). Ele viu a avaliação de sua administração ruir depois de agosto de 2023 e enfrentará um voto de confiança do Parlamento alemão em 16 de dezembro por ter perdido o apoio político de seus aliados.