A chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil após três meses nos Estados Unidos e a apresentação do novo marco fiscal do governo Lula estão entre os destaques desta quinta-feira (30).
Bolsonaro chega ao Brasil após três meses nos Estados Unidos
O avião de Jair Bolsonaro (PL) pousou no Aeroporto Internacional de Brasília, por volta das 06h40 da manhã desta quinta-feira (30), após o ex-presidente passar três meses nos Estados Unidos.
Os planos do ex-mandatário para a volta incluíam desfile em carro aberto e até discurso para apoiadores após o desembarque. O Partido Liberal (PL) também discutiu fazer anúncio nas redes sociais e mobilizar a militância bolsonarista.
Entretanto, isso não deve ser possível devido ao esquema de segurança da Polícia Federal (PF), que recomendou que Bolsonaro não saia pelo saguão do aeroporto, utilizando uma rota alternativa.
Após o desembarque, ele encontrará com Michelle Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e o general Braga Netto. Eles devem, então, se reunir com outras autoridades na sede do PL, no Complexo Brasil, em Brasília.
A CNN apurou que tanto o PL quanto Jair Bolsonaro ficaram irritados com as determinações das autoridades, pois visavam fazer dessa volta um evento para marcar o retorno do “líder da oposição”.
“Não vou liderar nenhuma oposição”, diz Bolsonaro à CNN antes de embarcar
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta quarta-feira (29), em entrevista exclusiva à CNN, no Aeroporto de Orlando, nos Estados Unidos, antes de seu embarque de volta para o Brasil, que não irá liderar nenhuma oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não vou liderar nenhuma oposição. Vou participar com meu partido, como uma pessoa experiente, 28 anos de Câmara, quatro de presidente, dois de vereador e quinze de Exército, para colaborar com o que eles desejarem, como a gente pode se apresentar para manter o que tiver de ser mantido e mudar o que tiver de ser mudado”, explicou Bolsonaro.
“Você não precisa fazer oposição a esse governo. Esse governo é uma oposição por si só dado a qualificação daqueles que compõe os ministérios. Ele criou mais quatorze ministérios, o perfil das pessoas é bastante diferente dos nossos, você pode fazer comparação aí no Brasil. E você começa a entender o porquê, queria que infelizmente fosse o contrário, não tem como dar certo esse governo”, cita o ex-presidente.
Haddad deve apresentar proposta de novo marco fiscal nesta quinta-feira
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve conceder uma entrevista coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (30), para apresentar o novo marco fiscal do governo. Segundo a agenda oficial divulgada pelo ministério, o evento está previsto para começar às 10h30.
Antes do anúncio público, Haddad deve ainda apresentar a nova proposta ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a outros líderes partidários da Casa. Pacheco convocou na quarta-feira (29) os líderes partidários para o encontro, que acontecerá no Senado, às 9h.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, foi convidada por Haddad a participar da coletiva.
Novo marco fiscal tem regra de gasto e superávit primário
O novo arcabouço fiscal do governo Lula prevê déficit primário zero em 2024, superávit de 0,5% do PIB em 2025 e superávit de 1% em 2026, apurou a CNN com fontes do governo.
Para atingir esses objetivos, a despesa vai crescer menos que a receita nesses anos.
Se essas metas não forem cumpridas, haverá mecanismos de ajustes.
A nova regra fiscal, portanto, é uma regra de gasto — despesa cresce menos que a receita — associada a uma meta de superávit primário. Os parâmetros foram acertados entre os ministérios da Fazenda e da Casa Civil e tiveram o aval do presidente Lula na tarde desta quarta-feira (29).
Planalto avalia nomes do PP para relatar marco fiscal na Câmara
O PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, apontou ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo menos quatro nomes para relatar o marco fiscal na casa, segundo fontes do Palácio do Planalto.
São eles: os deputados Fernando Monteiro (PE), um dos mais próximos de Lira na Câmara; Claudio Cajado (BA), Julio Lopes (RJ) e o próprio líder da bancada, André Fufuca (MA).
Se confirmados um desses nomes, Lira conseguirá controlar com mais força a tramitação e principalmente o conteúdo da nova regra fiscal, que tende a ser modificado pelo Congresso.
A dúvida, porém, após a apresentação do arcabouço aos parlamentares é se o Legislativo caminhará para reforçar a proposta, tornando-a mais fiscalista; ou para torná-la mais expansionista em termos de gastos públicos, como o PT vem defendendo.
Segundo parlamentares com quem a CNN conversou na noite desta quarta-feira (29), só após apresentado oficialmente o projeto será possível ter essa percepção.
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* Publicado por Léo Lopes
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