Em entrevista ao “Wall Street Journal”, o ex-presidente fala em se candidatar em 2026 de “qualquer maneira”; está inelegível até 2030
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que quer se candidatar nas eleições presidenciais de 2026. Para isso, espera apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicanos), e que ele realize sanções econômicas contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são de uma entrevista ao jornal Wall Street Journal.
“Trump está de volta, e é um sinal de que nós também voltaremos”, disse o ex-presidente. Afirmou que acompanhou de perto as eleições norte-americanas com o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). “Fiquei acordado a noite toda torcendo pelo grandão laranja”, disse.
Orgulhoso do alinhamento com Trump, Bolsonaro exibiu o livro que ganhou do presidente e proferiu o slogan da campanha do republicano adaptado. “É hora do MAAGA — Make All Americas Great Again [tornar todas as Américas grandes novamente]”. O livro tem a dedicatória de Trump, com os dizeres: “Jair, você é GRANDE”.
Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade por 8 anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, ex-presidente do órgão, afirmou que Bolsonaro agiu “mentirosamente” ao afirmar que existiam fraudes nas eleições sem apresentar provas.
“Enquanto a Justiça Eleitoral não negar meu registro, ele é válido […] Eles podem simplesmente adiar o máximo possível… até a eleição acabar”, disse Bolsonaro durante a entrevista na sede do PL (Partido Liberal) em Brasília.
Sobre os recentes eventos, em que foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por suspeita de fazer parte de um esquema que planejava um golpe de Estado, o ex-presidente afirma ser vítima de uma caça às bruxas de Lula e de juízes de esquerda. “Eles não querem apenas que eu fique preso, eles querem que eu morra”, disse, mostrando sua cicatriz na barriga, proveniente da facada sofrida em 2018 enquanto cumpria agenda eleitoral.
O ex-presidente negou novamente ter cometido crimes contra à Constituição, e disse que não fez nada além de questionar os resultados do pleito. Bolsonaro afirmou que os comentários foram ainda uma tentativa de conter os apoiadores cabeças quentes. “Eles me atacaram”, disse ele sobre seus apoiadores mais desafiadores, “me chamando de covarde”.