A avaliação positiva do trabalho dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) despencou 19% em 2 anos. No fim de 2022, 31% dos brasileiros consideravam o trabalho dos magistrados “bom” ou “ótimo”. Esse índice caiu para 12% em dezembro de 2024.
Ao mesmo tempo, o percentual dos que acham que o STF faz um trabalho “ruim” ou “péssimo” foi de 31%, em junho de 2023, para 43% em dezembro de 2024.
O resultado é similar ao patamar registrado no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando 40% dos brasileiros reprovaram o trabalho do STF.
Os dados fazem parte de um recorte da pesquisa divulgada pelo PoderData nesta sexta-feira (20).
Ao todo, foram realizadas 2.500 entrevistas em 192 municípios nas 27 unidades da Federação por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Os dados foram coletados de 14 a 16 de dezembro de 2024. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Declínio
A piora na percepção do trabalho dos ministros do STF coincide com a chegada do presidente Lula (PT) à Presidência e com a instauração dos inquéritos na Suprema Corte contra pessoas acusadas de “golpe”.
O declínio da percepção positiva do trabalho dos ministros também coincide com o período em que a ministra Rosa Weber deixou a Presidência da Corte para se aposentar e passou o comando do Tribunal para o ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a Presidência do STF em setembro de 2023.
Além disso, o STF tem sido criticado por invadir constantemente as competências dos outros Poderes.
Durante a gestão de Rosa Weber e agora com Barroso, o STF tem discutido temas que deveriam ser decididos pelo Congresso, como aborto, drogas, responsabilização de jornais e regulação de big techs.