Ao menos 129 palestinos foram mortos por ataques do exército israelense na Faixa de Gaza nesta quinta (2) e sexta-feira (3), segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Desde o início desta sexta, foram encontrados 52 corpos ao longo de toda a região, que está sendo atacada de norte a sul.
Na última quinta-feira, mais 77 palestinos foram mortos durante os 34 bombardeios efetuados por Israel, incluindo o chefe da força policial de Gaza, Mahmud Salah, e seu vice, Hussam Shahwan, segundo as autoridades palestinas. Entre os locais atacados estão a zona humanitária al-Mawasi, no sul, e o campo de refugiados de Jabalia, no norte do enclave.
“Os ataques aéreos israelenses [de quinta-feira] tiveram como alvo civis e infraestrutura em crimes horríveis que se somaram ao histórico sombrio da ocupação”, disse o escritório de mídia do governo de Gaza em um comunicado. O ministro do Interior de Gaza também condenou os ataques e acusou Israel de “espalhar o caos” e aprofundar ainda mais o “sofrimento humano”.
Nos ataques desta sexta-feira, mais de 12 mulheres e crianças estavam entre os 19 assassinados pelos bombardeios na região central de Gaza, que ocorreram nos campos de refugiados de Nuseirat, az-Zawayda, al-Maghazi e Deir al-Balah, segundo membros da brigada hospital Mártires de Al-Aqsa.
Os ataques de jatos israelenses a prédios residenciais nesta sexta-feira mataram, também, o jornalista Omar al-Diraoui em sua casa em az-Sawayda, o segundo profissional morto em apenas 24 horas. Na quinta-feira, foi confirmada a morte do fotógrafo Hassan al-Qishaoui. A mídia governamental de Gaza atualizou para 202 o número de jornalistas mortos desde o início do genocídio, em 7 de outubro de 2023.
No começo desta sexta, o exército israelense ordenou a evacuação imediata do Hospital Indonésio e forças militares cercaram o local. Ao menos 25 pacientes ficaram encurralados no local, junto de membros da equipe médica.
A ONU denunciou os ataques a hospitais em Gaza e disse que centros médicos devem estar “fora dos limites” de ataques e incursões militares. Além disso, a organização humanitária palestina Al-Haq afirmou que as ordens de evacuação forçadas de Israel são feitas para “facilitar” os ataques na região, incluindo nas zonas humanitárias.
No total, Israel já matou 45.658 palestinos e feriu outras 108.583 pessoas.
‘Medidas mais drásticas’
Mark Seddon, diretor do Centro de Estudos da ONU na Universidade de Buckingham, diz que a documentação das violações israelenses da lei internacional, principalmente aos ataques a infraestruturas de hospitais e centros médicos, não foi acompanhada por ações efetivas.
“Acho que agora o mundo está olhando e perguntando que medidas serão tomadas [sobre os ataques de Israel]. Porque temos visto repetidamente essas alegações de que os israelenses estão cometendo crimes contra a humanidade, mas não estamos vendo nenhuma ação”, disse Seddon à emissora catari Al Jazeera.
“[A ONU] precisa lembrar que depois de Srebrenica [na Bósnia e Herzegovina], depois de Ruanda, esses genocídios nunca mais deveriam acontecer”, acrescentou o diretor.
*Com Al Jazeera
Edição: Lucas Estanislau