“Uma ação coordenada para trazer 40 camiões em nome de parceiros humanitários foi objeto de um saque armado e violento, resultando na morte de duas pessoas e no ferimento de várias outras”, afirmou o PAM em comunicado.
“Durante mais de duas semanas, quase todas as entregas de ajuda humanitária que entram pelo sul e centro de Gaza foram objeto de violência, pilhagens e mortes trágicas devido a ataques e à falta de aplicação da lei ao longo das rotas dos comboios”, acrescentou.
O serviço de imprensa do governo do Hamas em Gaza afirmou que um “erro catastrófico” do PAM foi responsável pelas duas mortes e “dezenas de ferimentos de bala”.
“Consideramo-lo totalmente responsável e pedimos-lhe que não viole o protocolo que garante a segurança dos comboios humanitários”, declarou o movimento palestiniano num comunicado de imprensa.
O PAM declarou que “continuará a utilizar os procedimentos de coordenação aplicados nos últimos meses” e reiterou que “alertou em várias ocasiões para os perigos de viajar (na Faixa de Gaza) na ausência de lei e ordem”.
“O PAM continua a apelar a todas as partes para que garantam a entrega segura da ajuda humanitária”, insiste a agência da ONU, apelando ‘acima de tudo’ a um acordo de cessar-fogo no território palestiniano, devastado por mais de um ano de guerra entre o Hamas e Israel.
Têm vindo a ser registados vários ataques a comboios que transportam ajuda humanitária para as pessoas retidas em Gaza. Estes ataques têm sido preconizados tanto pelo Hamas, como pelas forças israelitas, causando vítimas e impedindo a distribuição de mantimentos e medicamentos para o enclave.
O número total de mortos desde o início da guerra na Faixa de Gaza já ultrapassa as 45 mil pessoas, 70% dos quais são mulheres e crianças, segundo a contagem do Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, no qual mais de 1.200 morreram e outras 250 foram levadas como reféns.
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